China: medidas pró-mercado devem ter efeito só no curto prazo

Longe de sinalizar um retorno a uma mentalidade reformista, as últimas medidas apenas destacam os instintos de Pequim de se intrometer nos mercados

Painel mostra desempenho de bolsas da Ásia. Foto: Lam Yik/File Photo/Reuters
Painel mostra desempenho de bolsas da Ásia. Foto: Lam Yik/File Photo/Reuters

O enfraquecimento do mercado acionário chinês parece ter finalmente pressionado Pequim a fazer alguma coisa. No entanto, as últimas medidas para apoiar o mercado vão proporcionar benefícios de curto prazo, sem medidas mais amplas para reforçar a confiança na economia.

As autoridades chinesas revelaram uma série de medidas no fim de semana para impulsionar os mercados acionários do país, incluindo a redução pela metade do imposto sobre a negociação de ações, para 0,05%, e a diminuição das exigências para a negociação de margem.

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O órgão regulador de valores mobiliários do país também reduzirá o ritmo de novas listagens e restringirá os acionistas controladores de determinadas empresas listadas de vender suas ações.

O mercado parece estar gostando do sinal que Pequim está enviando: o índice CSI 300, que reúne ações listadas em Xangai e Shenzen, chegou a subir 5,5% na segunda-feira (28), embora a recuperação tenha se desvanecido mais tarde, já que o índice de referência fechou com alta de apenas 1,2%.

As medidas serão familiares aos observadores de longo prazo dos mercados chineses. Mas, historicamente, o alívio proporcionado por essas ferramentas tem sido de curta duração. Longe de sinalizar um retorno a uma mentalidade reformista, as últimas medidas apenas destacam os instintos de Pequim de se intrometer nos mercados.

Isso pode ser uma desculpa para os especuladores comprarem ações, mas, no final, pouco fará para atender às preocupações fundamentais dos investidores.

Com informações do Estadão Conteúdo

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