Com rio Madeira seco, Lula promete retomar rodovia entre Manaus e Porto Velho

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu nesta terça-feira (10) retomar as obras da BR-319, em especial a pavimentação de 52 km entre os quilômetros 198 e 250 da estrada no Estado do Amazonas.A pavimentação da rodovia que liga Manaus a Porto Velho, cuja construção foi iniciada na década de 1970, durante a ditadura […]

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu nesta terça-feira (10) retomar as obras da BR-319, em especial a pavimentação de 52 km entre os quilômetros 198 e 250 da estrada no Estado do Amazonas.

A pavimentação da rodovia que liga Manaus a Porto Velho, cuja construção foi iniciada na década de 1970, durante a ditadura militar, é pivô de polêmicas entre ambientalistas, cientistas, comunidades locais e autoridades públicas por conta dos riscos ao meio ambiente e dos impactos econômicos que ela representa. O ex-presidente Jair Bolsonaro, conhecido por sua postura antiambiental, era um grande defensor da conclusão da obra.

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Ao discursar em uma comunidade no município de Tefé (AM), Lula ressaltou que a estrada ganhou importância com a seca que tem tornado o rio Madeira inavegável durante vastos períodos do ano. E, diante do governador Wilson Lima (União Brasil), manifestou o desejo por um pacto entre Estado e União para não permitir que haja desmatamento e grilagem às margens da rodovia.

“Enquanto esses 52 km vão ser construídos, nós vamos preparar o Estado para que a gente possa entregar definitivamente a ligação entre Manaus e Porto Velho sem causar prejuízos”, disse Lula. “Porque nós temos consciência de que, enquanto o rio estava navegável, cheio, a rodovia não tinha a importância que tem, enquanto o rio Madeira estava vivo. E nós não podemos deixar duas capitais isoladas. Mas nós vamos fazer com a maior responsabilidade e queremos construir uma parceria de verdade.”

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O presidente viajou ao Estado acompanhado dos ministros Rui Costa (Casa Civil), Marina Silva (Meio Ambiente), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Nísia Trindade (Saúde) e Waldez Góes (Integração Nacional). E disse ter conversado com Rui e Marina ontem à noite sobre a conclusão da BR-319.

“O Rui Costa participou de uma conversa comigo ontem à noite, e a ministra Marina. E a gente vai chamar o governador, os senadores, o ministro dos Transportes, da Casa Civil, do Meio Ambiente, vamos chamar quem mais for necessário para a gente dizer: essa estrada agora vai começar a ser feita”, prometeu.

Estrada polêmica

A BR-319 é a única ligação terrestre entre Manaus e Porto Velho, capital de Rondônia que está conectada ao Centro-Sul do país por rodovias. Ela começou a ser aberta em 1972, durante o regime militar, atravessando terras indígenas e áreas de conservação. Com 885 quilômetros, ela foi inaugurada em 1976. Atualmente, cerca de 450 quilômetros não estão asfaltados, o que torna o caminho intransitável na época das chuvas na região.

Em julho, uma liminar da Justiça Federal derrubou a licença prévia concedida pelo Ibama no último ano do governo Bolsonaro para o asfaltamento do trecho central da estrada.

Estudos apontam que a pavimentação da BR-319 pode afetar uma área de 300 mil quilômetros quadrados da Amazônia, um território maior do que o do Estado de São Paulo.

Segundo ambientalistas, o fato de a rodovia ser intrafegável em boa parte do ano dificulta a chegada do arco do desmatamento à região. As obras, afirmam, ameaçam a existência de comunidades indígenas e podem facilitar atividades ilegais, como o desmatamento e a mineração.

Entretanto, para Lula, o mundo está de olho nessa estrada porque “o Brasil ficou muito importante”.

“O mundo que compra o nosso alimento está exigindo que agente cuide da Amazônia. E por quê? Porque eles estão querendo que a gente cuide do ar que eles respiram. Eles não cuidaram das terras deles no passado, há 200 anos, quando houve a revolução industrial”, disse. “E nós queremos utilizar a Amazônia não como santuário da humanidade, mas como patrimônio soberano deste país e estudar a riqueza desta biodiversidade para saber se a gente consegue fazer com que que os povos indígenas, nossos seringueiros, os nossos ribeirinhos vivam e ganhem dinheiro por conta da preservação da Amazônia.”

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