Como escolher um consultor financeiro?
Leve em consideração as certificações e tome alguns cuidados
Você deseja sair das dívidas? Começar a investir? Diversificar as aplicações existentes? Afinal, como escolher um consultor financeiro? Entender a sua demanda é o primeiro ponto a ser avaliado quando se trata de escolher um profissional financeiro.
Definido o objetivo, é hora de escolher como será a relação com o consultor, que pode ser o gerente do banco, um profissional autônomo ou ligado a consultorias de finanças, diz a educadora financeira Lai Santiago. “Há ainda quem opte por estudar conteúdos disponibilizados online e livros ou ainda seguir as dicas de influenciadores digitais”.
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Veja abaixo os pontos principais a analisar antes de definir a escolha do seu consultor financeiro:
Certificações são importantes
Uma das recomendações para escolher um consultor financeiro é pesquisar a formação, a experiência e o investimento em educação continuada do educador financeiro, orienta Wanessa Guimarães, sócia da HCI Invest e planejadora financeira certificada pela Planejar.
Além de pesquisar a reputação do consultor, o investidor deve checar quais são as suas certificações. Conheça as principais:
- CFP (Certified Financial Planner);
- CEA (Certificado de Especialista em Investimentos Anbima);
- CFA (Chartered Financial Analyst).
Outra dica é buscar um profissional que tenha experiência e conhecimento na área específica desejada, como planejamento sucessório, ganhos tributários e mudança de comportamento de consumo.
O investidor deve, segundo Wanessa, seguir atento mesmo depois de assinar o contrato para a prestação de serviço.
“Se perceber que as orientações não estão alinhadas com seus objetivos em um intervalo entre seis meses e um ano, é sinal que a condução do planejamento precisa de uma correção de rota, o que pode incluir a escolha de outro profissional”, detalha.
Abordagens diferentes
Lai Santiago dá outras dicas do que esperar do consultor financeiro:
- Ampla abordagem: devem oferecer orientação em diversas áreas, visando a criação de um plano abrangente para atingir metas financeiras de longo prazo.
- Planejamento holístico: consideram a situação financeira geral do cliente para criar um plano personalizado que englobe todas as suas necessidades financeiras.
- Educação financeira: além de fornecer orientações e recomendações, os consultores financeiros frequentemente educam seus clientes sobre conceitos financeiros e tomada de decisões.
Influenciadores, um sinal de alerta
Um alerta é quanto ao conteúdo disponibilizado em redes sociais por influenciadores. Segundo levantamento elaborado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) entre 1º de julho e 31 de dezembro de 2022, existiam 515 influenciadores que tratam de finanças. Porém, Wanessa afirma que esses profissionais nem sempre têm conhecimento técnico para atuar como consultores.
Portanto, o número de seguidores não deve ser critério na hora de decidir o que fazer com o dinheiro. A melhor decisão deve vir das certificações profissionais.
Além disso, é necessário checar se há conflitos de interesses no conteúdo. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) estuda desde o primeiro semestre a possibilidade de regulamentar a relação comercial entre influenciadores financeiros e participantes do mercado de valores mobiliários. O intuito é deixar claro se há relações comerciais entre influencers e instituições financeiras que possam ter impacto sobre as recomendações feitas nas redes.
Lai reforça a cautela ao guiar as decisões de investimento por meio de profissionais que atuam nas redes sem que haja um filtro prévio.
Além da falta de conhecimento técnico, influenciadores podem compartilhar informações que confirmem suas próprias crenças ou opiniões. “Isso pode influenciar a maneira como eles apresentam informações e aconselham seus seguidores”, demonstra.
Para aumentar sua base de seguidores, explica a educadora, alguns influenciadores podem usar ainda o que ela chama de “táticas sensacionalistas”, como previsões exageradas de mercado ou promessas de altos retornos. Isso pode levar a decisões baseadas em emoções em vez de fundamentos sólidos.
Risco de fraudes
Por fim, há influenciadores digitais competentes.
Mas não são todos que geram conteúdo de qualidade e confiável, salienta Wanessa. “As pessoas estão caindo em fraudes financeiras, perdendo um patrimônio considerável por conta de alguns desses influenciadores”, adverte.
Além de seguir os filtros sugeridos pelas especialistas, é preciso um cuidado extra. Tanto Lai quanto Wanessa apontam para uma questão importante na hora de definir quem vai ajudar nas decisões sobre o que fazer com o patrimônio: nunca, em hipótese alguma, deve-se acreditar em promessas de ganho fácil, baseados em rentabilidades descoladas da média de mercado.