Conselheira diz que há impeditivos para Caio Paes de Andrade assumir comando da Petrobras

Currículo de indicado pelo governo está sob análise do comitê de elegibilidade da companhia

Foto: Cristiano Mariz/O Globo
Foto: Cristiano Mariz/O Globo

A representante dos empregados no conselho de administração da Petrobras, conselheira Rosângela Buzanelli, divulgou nesta quinta-feira na internet sua visão sobre a análise do currículo do indicado do governo para a presidência da Petrobras, Caio Paes de Andrade. No entendimento dela, o currículo de Andrade esbarra em dois impeditivos para a nomeação ao cargo: experiência profissional e formação acadêmica, afirmou ela, em texto publicado em página oficial da conselheira na internet.

Em seu texto, a conselheira lembra que esses dois requisitos são exigidos pela Lei das Estatais e pelo estatuto social da companhia. Segundo a conselheira, a área de compliance da companhia teria alertado sobre esses dois pontos.

Receba no seu e-mail a Calculadora de Aposentadoria 1-3-6-9® e descubra quanto você precisa juntar para se aposentar sem depender do INSS

Com a inscrição você concorda com os Termos de Uso e Política de Privacidade e passa a receber nossas newsletters gratuitamente

O nome de Andrade deve ser analisado na sexta-feira pelo Comitê de Elegibilidade da estatal, um dos trâmites necessários para que o indicado ao governo possa assumir comando da estatal, em substituição a José Mauro Coelho, que renunciou aos cargos de conselheiro e de presidente da Petrobras na última segunda-feira, 20 de junho.

Em sua postagem na internet, a conselheira pontuou que a Lei das Estatais estabelece experiência profissional mínima de dez anos no setor público ou privado, na área de atuação da empresa pública ou da sociedade de economia mista ou em área conexa àquela para a qual forem indicados em função de direção superior.

Como alternativa à exigência dos dez anos de experiência, a lei determina quatro anos ocupando cargo de diretoria em empresa de porte similar, cargo público de confiança em nível superior (DAS-4) ou ainda cargo de docência ou pesquisa na área de atuação da empresa.

Quanto à experiência, a conselheira ressaltou, em sua postagem, que o estatuto da Petrobras exige que os diretores executivos tenham capacidade profissional, notório conhecimento e especialização nas áreas de contato em que irão atuar e dez anos de experiência em liderança, preferencialmente, no negócio ou em área correlata.

“A única incursão profissional de Caio Paes de Andrade compatível com a função pretendida foi a participação de um ano e meio no conselho da PPSA, estatal brasileira que administra exploração de petróleo”, disse ela na publicação.

Buzanelli salientou ainda que o currículo de Andrade indica que ele tem em pós-graduação em administração e gestão pela Harvard University e é mestre em administração de empresas pela Duke University. Sobre esse ponto, ela citou matéria publicada pela imprensa, não confirmada oficialmente, de que os diplomas de pós-graduação do executivo não foram validados por Ministério da Educação, confirme exigido pelo Decreto 8.945, que regula a Lei das Estatais.

“As frequentes trocas de presidentes e de conselheiros, e suas motivações, geram tremenda instabilidade na economia e na própria empresa, como um terremoto, uma onda sísmica que se propaga desde o Conselho de Administração, Diretoria Executiva, corpo gerencial, técnico e operacional, lá na ponta de linha”, afirmou Buzanelli, em sua postagem.

O texto da conselheira também foi reproduzido, em parte, nos perfis oficiais dela, nas redes sociais Facebook e Instagram.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


VER MAIS NOTÍCIAS