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David Vélez, do Nubank: ‘Agora a gente volta a ser ignorado’
“Continuamos focados na construção e na mesma estratégia. Daqui a cinco anos a gente fala.” Foi como reagiu o fundador do Nubank, David Vélez, ao ser indagado em Davos (Suíça), onde se realiza o Fórum Econômico Mundial, sobre a nova queda de ações da fintech, agora .
“Até lá, vão ter crises, tem ciclos, é América latina, mas no longo prazo…”, disse Vélez em conversa com alguns jornalistas brasileiros, após ter falado num jantar dedicado à América Latina, no qual contou a história do Nubank.
Vélez observou que o valor de mercado bancário da América Latina é de US$ 1 trilhão e ainda há 250 milhões de pessoas sem contas bancárias na região, e o modelo digital é muito mais rentável do que as instituições tradicionais, porque não tem agências, por exemplo.
Diante da observação de que no mercado há comentários irônicos de que o valor da fintech parecia uma “exuberância irracional” e agora estaria mais próximo da realidade, o fundador do Nubank sorriu. “Isso é ótimo, porque ser ignorado é o melhor que pode acontecer’, disse. “Fomos ignorados no Brasil por três a quatro anos. Ninguém olhava a gente. Passamos as quatro fases (frase atribuída a) Gandhi: primeiro, eles te ignoram, depois eles riem de vocês, depois eles brigam com você, e depois você ganha.” E completou: “Agora a gente volta a ser ignorado”.
O Nubank, que chegou a ser o banco mais valioso da América Latina, agora tem uma capitalização de mercado de US$ 15,53 bilhões, ou R$ 74,7 bilhões pelo câmbio atual. Isso lhe garante apenas a sexta posição entre os maiores bancos brasileiros, atrás de Itaú (R$ 236,5 bilhões), Bradesco (R$ 194,6 bilhões), Santander (R$ 126,1 bilhões), e até mesmo BTG (R$ 99,33 bilhões).
Perguntado sobre quando estima que o preço inicial da ação na oferta pública de ações (IPO) pode se recuperar, ele respondeu ser impossível saber. Mas reiterou que “ainda somos formiguinha, e nossa estratégia é de longo prazo”. Disse que o Nubank está focado no Brasil, México e Colômbia e chegando perto de 60 milhões de clientes – sobretudo no Brasil. “Falta crescer ainda com essa base”, disse.
Em Davos, ele aproveitou para contatos com outras fintechs, mas disse que não tem planos de parcerias no momento. “Já que somos o maior do mundo, recebemos muitos emails de neo bancos no estrangeiro”, disse. Às vezes, Nubank entra com algum capital, como aconteceu num banco na Índia. E tudo isso com vistas no potencial nos próximos 20 anos.
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