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Detentores de dívida da Americanas se organizam para iniciar negociações com varejista
Os detentores de títulos da dívida da Americanas começaram a se organizar para ter mais força na negociação no processo de recuperação judicial da varejista. Para assessorar o grupo, a corretora Seaport Global Securities, por meio de seu braço especializado em reestruturação Pericles, se uniu ao escritório brasileiro Felsberg Advogados com o objetivo de propor a essa classe de credores uma proposta de estratégia de ataque.
Já foram realizadas quatro reuniões, sendo a última sexta-feira, dia 27. Em seu pedido de recuperação judicial, a Americanas informou ter cerca de R$ 41,2 bilhões em dívidas, sendo que mais de 10% está na mão dos “bondholders”. Ao todo, são investidores de três emissões feitas pela companhia no exterior, que juntas somam US$ 1,1 bilhão. Além dos detentores da dívida externa, as reuniões têm abarcado também os debenturistas, para o grupo ganhar mais musculatura.
No encontros, a mensagem tem sido de que as chances de sucesso na negociação aumentarão quanto mais cedo o grupo se organizar. “O que estamos dizendo é que, se houver um alinhamento entre boldholders e debenturistas, o grupo poderá ter poder de voto. E, quanto antes se puder sentar com a companhia, melhor será. O risco é de se deixar para depois e encontrar uma solução em detrimento de quem não está na mesa”, afirma Thomas Felsberg, que tem participado dos encontros.
O advogado, que é especializado em falências e recuperações judiciais, afirma que a busca por soluções rápidas que ajudem a mitigar as perdas é também uma das avenidas que precisam ser percorridas. “As notícias têm se concentrado nas brigas. Eu não discordo, tem que apurar e chamar a responsabilidade, mas tem uma medida tão importante que é buscar uma solução rápida, saber o que a empresa precisa para poder se recuperar”, diz.
Segundo Felsberg, se o plano de recuperação judicial da empresa for bem estruturado, as chances de entrada de capital via “DIP Financing” se tornarão reais. Esse modelo, baseado na lei falimentar dos Estados Unidos, prevê uma injeção de recursos para a companhia conseguir financiar suas despesas e, em contrapartida, os financiadores têm prioridade na hora de receber o dinheiro e ficam de fora do concurso de credores.
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