Diretores do Nubank tiveram remuneração média de US$ 2,5 milhões em 2022
O executivo que recebeu mais - o documento não revela quem foi - ficou com US$ 5,8 milhões, e o que recebeu menos, com US$ 350,5 mil
O Nubank enviou nesta quinta-feira (20) seu relatório anual (20-F) para a Securities and Exchange Commission (SEC, a CVM norte-americana). Nele é possível ver a remuneração dos executivos do banco em 2022. Os dez membros da diretoria tiveram uma remuneração média de US$ 2,5 milhões no ano passado. O que recebeu mais – o documento não revela quem foi – ficou com US$ 5,8 milhões, e o que recebeu menos, com US$ 350,5 mil.
No caso do diretor com menor salário é possível inferir que foi o CEO, David Vélez. Em novembro do ano passado, ele abriu mão da , tirando US$ 70 milhões de despesa contábil anual do balanço do banco. “A remuneração total recebida pelo sr. David Vélez no exercício findo em 31 de dezembro de2022 foi de US$ 350,5 mil”, diz o relatório.
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No Nubank, em 2022 a remuneração dos diretores foi composta por uma parcela de 3% em salário fixo e 97% em compensação baseada em ações.
Já os oito membros do conselho de administração do Nubank tiveram uma remuneração média de US$ 300 mil em 2022. A cantora Anitta participou do colegiado até 21 de setembro do ano passado.
No relatório anual, Vélez escreveu uma carta aos acionistas, onde relembra os números do banco em 2022 e fala um pouco sobre as perspectivas para 2023. “Felizmente, somos versados em cenários macroeconômicos voláteis e adversos com restrições de capital desde que começamos em 2013 no Brasil, e como vemos águas voláteis adicionais em 2023, acreditamos que temos todas as ferramentas epara continuar perseguindo nossa missão”.
Na parte de crédito, ele aponta que apenas 8% dos clientes ativos têm empréstimo pessoal e que o banco lançou recentemente seu crédito consignado, por meio de uma distribuição totalmente digital. “Estamos iniciando essa jornada junto aos servidores públicos federais, onde já observamos indicadores iniciais promissores”.
Ele também diz que o Nubank está buscando alcançar o que seria sua “fatia justa” de mercado entre as classes mais altas. Segundo o executivo, cerca de 60% dos brasileiros que ganham mais de R$ 12 mil por mês já estão na plataforma do banco. A estratégia da instituição com esse público é baseada em três pilares: serviços bancários; pagamentos e investimentos.
Em serviços bancários, Vélez diz que lançamentos de serviços/ferramentas de gestão financeira pessoal devem aprimorar a experiência do usuário, ajudando a aumentar o controle financeiro e o uso diário, o que deve elevar o engajamento na plataforma.
Em pagamentos, o Nubank pretende continuar lançando produtos e melhorar a adequação dos limites de crédito no cartão. “Entendemos que isso é crítico para este segmento, ao contrário da nossa ampla metodologia de crédito ‘começando baixo e crescendo’ que atende a pessoas físicas de baixa renda”.
Finalmente, no pilar investimentos, o Nubank diz que desde a aquisição da Easynvest – concluída há dois anos – se tornou a maior plataforma de investimento digital direto da América Latina em número de clientes. “Esperamos continuar expandindo nossa prateleira de produto e oportunidades de cross sell, em paralelo com a finalização da integração de nossa plataforma de investimento em um único aplicativo.”
Por fim, este ano o Nubank deve lançar com força sua conta digital no México e na Colômbia, atraindo assim novos clientes, conquistando um funding mais barato e reforçando seus modelos de subscrição de crédito. “Pretendemos continuar investindo significativamente em ambos os países, pois acreditamos que a recompensa potencial é substancial”.
Com tudo isso, Vélez diz que o Nubank está criando uma nova categoria de fintech, que ele descreve como “plataforma de dinheiro”. Trata-se de uma plataforma de tecnologia que tem como objetivo a otimização do dinheiro em nome de seus usuários.