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Dólar acompanha alívio externo e termina sessão em queda, a R$ 5,61
Em um dia novamente bastante volátil no mercado doméstico de câmbio, o dólar encerrou a sessão em queda contra o real, em um movimento que acompanhou o desempenho de outras moedas emergentes. A divisa americana se afastou da máxima do dia (R$ 5,6764), mas ainda assim o real não conseguiu se aproximar dos melhores desempenhos do dia, ao ser afetado pela piora na percepção de risco local, diante dos recorrentes receios fiscais, o que afetou, em particular, o desempenho dos juros futuros e da bolsa brasileira.
No fim do pregão, o dólar era negociado a R$ 5,6191 no mercado à vista, em queda de 0,51%, enquanto o euro comercial fechou negociado a R$ 6,2197, praticamente estável, em baixa de 0,03%.
Entre outras moedas emergentes, o dólar recuava 1,50% contra o peso mexicano no fim da tarde; cedia 1,39% ante o peso colombiano; caía 0,77% frente ao peso chileno; e tinha baxa de 0,73% em relação ao rand sul-africano. Já o índice DXY, que mede o desempenho do dólar contra uma cesta de outras seis divisas principais, operava em queda firme, de 0,44%, aos 101,240 pontos.
O movimento de alívio nas moedas emergentes, sobretudo as da América Latina, vem no momento em que ativos de risco voltam a se valorizar em meio à ansiedade em torno do início do ciclo de cortes de juros nos Estados Unidos pelo Federal Reserve (Fed). Em nota enviada a clientes, assinada pelos gestores Marc Seidner e Pramol Dhawan, a Pimco avalia que o dólar tende a cair, ao menos temporariamente, com o ciclo de flexibilização monetária do Fed. Em ciclos anteriores, a gestora avalia que o dólar caiu no início, mas se recuperou nos meses seguintes ao início dos cortes.
“Vemos a possibilidade de o dólar perder seu status de moeda ‘high yield’ à medida que a política monetária se normaliza, com potencial para uma depreciação moderada do dólar”, avaliam Seidner e Dhawan.
Além disso, a disputa pela Casa Branca também dá alguma sustentação a um dólar mais fraco, no momento em que as bolsas de apostas continuam a apontar para uma vantagem da democrata Kamala Harris em relação ao republicano Donald Trump. No horário acima, o site “Election Betting Odds”, que compila as apostas de quatro sites, indicava 51,8% de chance de vitória da vice-presidente americana em novembro — um aumento em relação a ontem — contra 46,9% de chance de vitória do ex-presidente.
Vale notar, porém, que o real não acompanhou integralmente o desempenho positivo de outras moedas da região. Os riscos fiscais, ressuscitados hoje por temores de mais gastos públicos diante da possibilidade de um auxílio emergencial para pescadores, foram citados por participantes do mercado para explicar a fraqueza relativa do real.
Em nota enviada a clientes, a estrategista Luísa Valle, do Scotiabank, projeta o dólar a R$ 5,33 no fim deste ano e a R$ 5,26 no fim do primeiro semestre do próximo ano.
“As incertezas fiscais permanecem no Brasil, enquanto o presidente Lula tenta equilibrar o Orçamento. O real está seguindo o peso mexicano no caminho da depreciação, ao desvalorizar cerca de 7% desde o início do ano. No entanto, dadas as notícias recentes no México, a perspectiva para o real é menos sombria”, avalia. Para ela, embora a volatilidade permaneça acima da média de um ano, o Brasil deve aumentar os juros novamente a partir da próxima semana, o que pode tornar o real mais atrativo para operações de “carry-trade”.
*Com informações do Valor Econômico
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