Dólar sobe e fecha a R$ 5,43 de olho no exterior e riscos internos
Investidores repercutiram tramitação da "PEC das bondades" e divulgação de índices econômicos nos EUA
O dólar fechou em firma alta de 1,27% nesta terça-feira (12), negociado a R$ 5,4394. O avanço é resultado de aversão generalizada ao risco depois que a China colocou mais três cidades em lockdown e o preço do petróleo caiu mais de 7% com o mercado temendo baixa demanda pela commoditie.
Investidores ainda aguardam o índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos, que será divulgado amanhã e causa ansiedade no mercado, que está preocupado com o avanço da inflação.
Receba no seu e-mail a Calculadora de Aposentadoria 1-3-6-9® e descubra quanto você precisa juntar para se aposentar sem depender do INSS
Operadores ainda ficaram de olho na movimentação da Câmara dos Deputados para votar a “PEC das bondades”. O mercado fechou antes de haver quórum para o início da votação.
Conhecida também como “PEC Kamikaze”, o projeto aumenta o Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600, cria um auxílio de R$ 1 mil para caminhoneiros e um pagamento de valor ainda não definido para taxistas, dobra o vale-gás e destina R$ 2,5 bilhões para subsidiar a gratuidade dos idosos no transporte coletivo.
Apesar do contexto desafiador, o banco BTG tem uma perspectiva um tanto otimista para o real em relatório macroeconômico divulgado nesta terça. “O real desvalorizou 5% na primeira semana de julho, mas encerrou a semana em 5,25/USD, recuperando parcialmente suas perdas. Apesar da volatilidade aguda de curto prazo, nosso cenário base ainda aponta para uma valorização do real para R$4,80 no final de 2022”, diz o banco em comentário assinado pelo economista-chefe, Mansueto Almeida.
Contudo, o BTG pondera que esse cenário dependerá do futuro fiscal. “Isso exigirá que o próximo governo sinalize um compromisso com o ajuste fiscal suficiente para reduzir rapidamente o risco-país. E mesmo que essa sinalização ocorra, o mercado pode demorar para entender e aceitar uma nova âncora fiscal, que pode afastar o real do patamar de 4,80 no final do dano, para um patamar mais próximo ao observado no início de julho”, diz o documento.
Mesmo com o tom otimista, o BTG assume que o quadro geral ainda é desafiador. “Reconhecemos que a probabilidade desse cenário diminuiu com o aumento do risco fiscal e a deterioração do cenário internacional”, completou o banco no relatório.