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Dólar tem novo dia de queda firme e se aproxima de R$ 4,70
O novo dia de recuperação dos ativos de risco observado nos mercados globais dá aval a mais um pregão de queda do dólar tanto na comparação com o real quanto em outros mercados emergentes. Os fundamentos para a valorização da moeda brasileira, com os juros e os preços das commodities em níveis elevados, continuam sobre a mesa, em um ambiente que ainda abarca um crescimento econômico mais forte.
Não por acaso, às 13h30, o dólar era negociado a R$ 4,7360, em queda de 0,52% no mercado à vista, após ter ido a R$ 4,7155 na mínima do dia. No mesmo horário, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar contra uma cesta de outras seis divisas fortes, operava praticamente estável, ao subir 0,02%, para 101,85 pontos.
O cenário de crescimento global mais lento, mas sem uma recessão econômica, e com bancos centrais potencialmente menos agressivos, além de preços de commodities ainda elevados, deve gerar um ambiente construtivo para moedas com “carry trade” elevado e que sejam vinculadas a commodities. Nesse sentido, o Barclays mantém visão construtiva em relação ao real, que foi punido nas últimas semanas pela deterioração do sentimento de risco, queda dos preços do minério de ferro e preocupações com o crescimento chinês e global.
“O ‘carry’ elevado protege a moeda e uma melhora no sentimento somada a um potencial relaxamento dos ‘lockdowns’ na China e uma precificação estável da política do Federal Reserve (Fed, banco central americano) devem apoiar o real”, avalia o estrategista Juan Prada, do banco britânico. Assim, o Barclays permanece com posições compradas em real por dois meses, em um “trade” cujo início se deu na primeira semana de maio.
Assim, com o petróleo do tipo Brent próximo de US$ 115 por barril e outros preços de commodities também em níveis elevados, ao mesmo tempo em que a Selic deve partir para a casa dos 13% no próximo mês, o real consegue se sustentar em patamares mais valorizados. Os sinais de uma atividade econômica mais resiliente também têm dado apoio ao câmbio, na medida em que alguns cenários de crescimento acima de 2% têm pipocado em mesas de operação e tesourarias de alguns grandes bancos.
“O mix de estagflação, com crescimento mais baixo e inflação mais alta, não é favorável para moedas de mercados emergentes que se beneficiam de ‘carry’ mais alto”, apontam os estrategistas do Bank of America em relatório enviado a clientes. Eles notam, porém, que o real e o peso mexicano têm sido exceções nesse cenário. “Isso seria consistente com o real e o peso mexicano ainda tendo impulso positivo do crescimento da atividade econômica”, dizem os profissionais do BofA, ao notarem que os índices de gerentes de compras (PMIs) do Brasil e do México indicam expansão da atividade.
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