Dólar opera em queda firme favorecido por fluxo e exterior positivo
Moeda americana chegou a R$ 5,20 na mínima da sessão
Após oscilações no começo dos negócios, o dólar comercial firmou o movimento de queda, atingindo novas mínimas pela manhã desta segunda-feira. Analistas apontam que o movimento pode estar sendo influenciado por fluxos de capital pontuais e, também, pelo clima de mais alívio visto hoje no exterior, favorecendo ativos de risco.
Por volta das 13h20, o dólar operava em queda de 0,87%, sendo negociado a R$ 5,2077 no mercado à vista, na mínima do dia. No mercado futuro, o recuo era de 0,65%, a R$ 5,2200.
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Já no mercado externo, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar contra uma cesta de seis moedas fortes, caía 0,40%, aos 103,77 pontos. Hoje, a moeda americana chegou a ganhar força no exterior, junto aos rendimentos dos títulos dp Tesouro americano (Treasuries), após o Departamento do Comércio dos Estados Unidos ter informado que os pedidos de bens duráveis cresceram 0,7%, impulsionados por um aumento em itens caros, incluindo carros, computadores e aeronaves militares. No entanto, o dólar voltou a perder força, em meio ao dia mais favorável à tomada de risco no exterior.
Na comparação com outras divisas emergentes, o dólar operava estável ante o rand sul-africano, mas caía 0,52% contra o rublo russo e 0,86% ante a lira turca. Já o real, no horário acima, era a moeda com maiores ganhos entre as 33 principais divisas globais.
A economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, pontua que o movimento de queda do dólar por aqui pode estar sendo gerado por um fluxo pontual, tendo em vista os ganhos do Ibovespa. “Estamos vendo a bolsa subindo mais de 2% por conta de ganhos de papéis importantes ligados a commodities, como Petrobras e Vale. A queda do dólar pode ser um movimento de compra de investidor estrangeiro dessas ações com peso relevante dentro da bolsa, por conta delas terem ficado muito baratas recentemente, dado os receios de recessão global e as questões internas relacionadas ao fiscal.”
Além de fluxo, o operador de câmbio da Fair Corretora Hideaki Iha pontua que há as notícias positivas vindas da China, com a redução das restrições de circulação para conter a covid-19, com o relaxamento das medias de isolamento social em Xangai e a expectativa de que usinas siderúrgicas chinesas reativem altos-fornos impulsionando os preços do minério de ferro no início desta semana. Contudo, Hideaki pontua que o “cenário interno continua ruim, com as questões políticas e fiscais”, o que pode limitar ganhos maiores para o real.
O Rabobank também tem uma visão mais pessimista para a divisa brasileira. “Embora esperemos um ciclo de alta da Selic mais longo do que no início de 2022, acreditamos que a recente demonstração ‘hawkish’ do Fed e a intensificação do ciclo eleitoral acabarão pesando sobre o real e outros ativos locais daqui para frente”. O banco vê o dólar sendo negociado a R$ 5,25 no fim deste ano.