Dólar renova máxima no fechamento após bater R$ 6; Ibovespa cai ao menor nível em 5 meses
Ruído que faz dólar disparar e bolsa recuar pode ser maior que o necessário porque o governo mistura cortes com isenção de IR
O dólar fechou em alta nesta quinta-feira (28). No meio da sessão, a divisa bateu o patamar de R$ 6. O que é algo histórico mais uma vez, ganhando assim força contra o real após as medidas apresentadas pelo governo para contenção de gastos. É o chamado pacote fiscal.
Contudo, no final do pregão, a moeda norte-americana desacelerou um pouco e fechou em R$ 5,9891, alta de 1,30% em relação ao fechamento anterior.
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Anteriormente, na quarta-feira, o dólar havia encerrado o pregão já em alta expressiva, a R$ 5,91.
Ibovespa hoje derrete
O Ibovespa fechou em queda generalizada, com apenas algumas empresas exportadoras escapando do campo negativo.
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Assim, o principal índice de ações da bolsa de valores caiu a 124.610 pontos, queda de 2,4% em relação ao fechamento anterior. Dessa maneira, o Ibovespa atingiu ao menor nível desde 28 de junho.
Com isso, a queda anual é de 7,14%.
Evolução da discussão sobre o fiscal e impacto nos ativos
Assim, ontem no começo da tarde já começava a circular a notícia de isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Assim, a informação foi confirmada posteriormente pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Felipe Salto, economista-chefe da Warren Investimentos, viu as ações anunciadas como positivas. Contudo, mostrou preocupação justamente com relação à isenção do Imposto de Renda. “Porque poderá representar perda de receita, a depender de como for desenhada a compensação citada”.
Assim, para o economista André Perfeito o maior problema foi “misturar medidas de corte com a isenção do IR até R$ 5 mil”. Então, “isso tem gerado mais ruído do que o necessário”.
‘Mistura’ do pacote fiscal causa ruído
Dessa maneira, o estrategista-chefe da BGC, Daniel Cunha, concorda que o problema está em “misturar os dois vetores numa comunicação só”.
Assim, de acordo com ele, “era para ser o momento focado e direcionado para uma agenda de disciplina fiscal e contenção de gastos.”
Dessa forma, isso é agravado pelo fato de que as propostas que visam aumentar a arrecadação, como a tributação de alta renda, não representam uma garantia.
“As medidas de compensação podem (e devem) enfrentar resistências para serem aprovadas, o que tornaria a iniciativa deficitária no final”, explica Cunha.