Dólar na casa dos R$ 6 pode ser o novo normal na economia brasileira e viagens ficam distantes
Banco Central faz maior intervenção desde 2020, mas dólar atingiu nova máxima ontem, fechando a R$ 6,094
O leitor assustado com a alta do dólar nas últimas semanas e talvez esperançoso de que o câmbio poderia ceder nos próximos anos deve ficar ‘oficialmente’ decepcionado. Assim, de acordo com o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (16) o câmbio deve ceder, sim. Mas muito pouco. Nada que seja animador. Assim, viagens para o exterior ficam mais difíceis diante do real desvalorizado.
O Boletim de Focus, divulgado na segunda-feira (16) mostrou que o dólar deve fechar o ano cotado a R$ 5,99. A mesma previsão, na semana passada, indicava cotação a R$ 5,95. No ano que vem nada de alívio. O dólar em 2025 deve ser cotado a R$ 5,85 – era R$ 5,77 há uma semana. Então, o câmbio finalmente se reduz em 2026? Não muito. A cotação deve girar em torno de R$ 5,80. Vai continuar caro.
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Nova valorização na segunda-feira
Dessa maneira, não bastassem essas previsões pela manhã, o fim da tarde de segunda marcou nova alta do dólar frente ao real. Então, a elevação foi de 0,99%. E a moeda norte-americana fechou o primeiro dia útil da semana valendo R$ 6,0942.
Trata-se assim de nova alta histórica. O movimento aconteceu mesmo após o Banco Central voltar a atuar no mercado de câmbio, com venda de US$ 1,63 bilhão e só levou a moeda americana a se afastar, momentaneamente, da máxima de R$ 6,10.
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Dessa forma, vale lembrar ainda que 2026 é ano de eleição presidencial. E nesses períodos a oscilação do câmbio pode acompanhar o desempenho dos principais candidatos.
O que se espera então é volatilidade no período. Após a internação de emergência na última semana, o mercado passou a colocar um ponto de interrogação na capacidade do presidente Lula disputar a reeleição em dois anos.
Dólar em 2026 deve sofrer com eleições presidenciais
Por enquanto pesquisa de intenção de voto – ainda prematura – indica como principal postulante ao cargo o atual ministro da Fazenda Fernando Haddad. Isso pelo campo da esquerda. À direita do espectro político surge o nome de Tarcísio de Freitas, atual governador de São Paulo, e o do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O Banco Central nesta segunda-feira promoveu um leilão de dólares. Esse dispositivo é acionado quando a autoridade monetária julga necessário interferir na cotação da moeda norte-americana.
O dólar tem oscilado em torno de R$ 6 nas últimas semanas. No período o governo lançou um pacote de ajuste fiscal que não agradou o mercado, que passou a se preocupar ainda com a medida adicional anunciada pelo Palácio do Planalto: a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
Assim, resta acompanhar a oscilação da moeda nos próximos dias, mas o leitor comum, aquele que sonha em viajar, fica cada vez menos animado com essa possibilidade. O novo normal é o dólar caro.
Com informações do Valor Econômico
Atualização: A matéria foi corrigida às 16h40 por constar uma informação equivocada. A isenção do Imposto de Renda é para quem ganha até R$ 5 mil e não para quem ganha até 5 salários mínimos, como informado anteriormente.