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Dólar se aproxima de R$ 5,15 com aumento do clima negativo nos mercados internacionais
Desde o início da sessão, o dólar opera em alta forte de mais de 2%. O movimento faz parte de um ajuste do mercado de câmbio local diante do clima mais negativo para ativos de risco que passou a dominar os mercados internacionais ontem, quando as negociações por aqui estavam interrompidas devido ao feriado de Corpus Christi. No campo doméstico, o reajuste no preço dos combustíveis pela Petrobras também é avaliado pelos investidores.
Por volta das 13h25, o dólar operava em alta de 2,29%, a R$ 5,1414 no mercado à vista. Na máxima do dia, a moeda chegou a ser cotada a R$ 5,1493. Já no mercado futuro, o dólar para julho subia 1,64%, a R$ 5,1615.
Enquanto isso, no exterior, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar contra uma cesta de seis moedas fortes, saltava 1,16%, a 104,83 pontos, mas tinha um desempenho misto ante outras moedas emergentes além do real. A divisa americana subia 2,13% ante o peso chileno; 0,22% na comparação com o rand sul-africano; mas tinha leve recuo de 0,10% contra o peso mexicano. Outro destaque no exterior hoje é a forte queda dos contratos futuros de petróleo, que passam de 4% para o WTI.
Os recentes aumentos de taxas de juros pelos principais bancos centrais do mundo preocupam os investidores, já que tornam o ambiente menos favorável para ativos de risco. “O que mais faz preço no câmbio ainda é a decisão do Fed”, destacou o economista da Guide Investimentos Rafael Pacheco.
“Apesar do mercado ter reagido bem inicialmente, o clima, no geral, ainda é bem negativo. Nós não víamos uma alta de 0,75 ponto [nos juros] nos Estados Unidos desde 1994 e possivelmente nós ainda teremos mais uma (alta) na próxima reunião. Isso tudo acaba gerando um prelúdio para um dólar mais forte e ativos de riscos mais fracos nos próximos meses. Somado a isso, tem aversão com os outros bancos centrais”, acrescentou.
Ontem, o Banco da Inglaterra (BoE) também elevou sua principal taxa de juros em 0,25 ponto percentual, para 1,25% ao ano. O Banco Nacional Suíço (SNB), anunciou o aumento sua taxa de juros de referência em 0,5 ponto percentual, para -0,25%, de -0,75%, em um esforço para controlar a inflação. Essa foi a primeira vez desde setembro de 2007 que a autoridade promoveu um aumento em sua taxa de referência.
Em relatório o Rabobank destaca que “os grandes aumentos das taxas do RBA, SNB e Fed este mês deixam muito claro que a maioria dos bancos centrais está agora buscando recuperar a credibilidade no combate à inflação”. Com isso, o banco sinaliza que “o dólar pode demorar a devolver seus ganhos até que a confiança no crescimento global e os ativos de risco comecem a se recuperar”, reafirmando sua visão de que o dólar americano “ficará mais forte por mais tempo”.
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