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Goldman Sachs muda previsão para dólar em 12 meses
Em relatório divulgado nesta segunda-feira (6), o banco americano Goldman Sachs divulgou novas estimativas para o valor do dólar frente ao real, reajustando a previsão do dólar em 3, 6 e 12 meses para baixo. A moeda americana, prevê a instituição financeira, deve chegar ao piso de R$ 4,90, 4,85, e R$ 4,80, respectivamente. Antes, a previsão era de R$ 5,20, novamente R$ 5,20, e R$ 5,00.
O Goldman Sachs prevê uma tendência de fortalecimento da moeda brasileira em relação à americana, destacando que o real brasileiro tem tido uma das melhores performances entre as principais moedas do mundo. Na semana passada, pela primeira vez desde junho de 2022, o dólar ficou cotado abaixo dos R$ 5, e chegou a baixar para R$ 4,95 na quinta-feira — apesar do câmbio ter encerrado o pregão de sexta sob cotação de R$ 5,15.
Conforme o relatório do Goldman Sachs, a performance positiva do real brasileiro reflete no elevado apetite do investidor por operações de cash and carry em mercados emergentes.
Nessa operação, o investidor aplica empréstimos obtidos em países com uma taxa de juros menor em títulos de países com juros maior. No Brasil, a taxa de juros real oscila em torno de 6%, enquanto a Selic, taxa básica de juros, permanece a 13,75% ao ano após o Banco Central manter a taxa pela quarta vez seguida.
Goldman: política monetária favorece real ante dólar
Para o Goldman, a queda na cotação do dólar reflete o tom “hawkish” adotado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em sua nota.
À luz de um possível aumento da inflação no longo prazo, diz o banco, o Copom “deu fortes sinais de que existe limite para cortes nos juros no curto prazo”. O Goldman espera que a redução gradual da Selic aconteça a partir do 3º trimestre, ou até posteriormente a este prazo.
Na visão do banco, com a política monetária do BC, o real deve continuar atraente para operações de investidores estrangeiros entre mercados emergentes. “O Brasil passa por um ‘ciclo virtuoso’, no qual o Real pode ser beneficiado pelo aumento da taxa real de juros (à medida em que a inflação continua a cair enquanto a taxa nominal continua elevada), e no qual taxas locais se beneficiam de um Real resiliente”, afirma o Goldman.
Mas o banco também diz que riscos permanecem “no front fiscal”, e que um passo em falso pode prejudicar “o ambiente macro favorável em geral ao mercado de câmbio estrangeiro”.
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