Juros futuros abrem em alta com exterior; dólar tem avanço moderado

Desenrolar da guerra na Ucrânia e comportamento dos juros americanos são alguns elementos no radar

Com o quadro de inflação adverso e o cenário de política monetária no mundo desenvolvido em foco, as taxas de juros globais avançam e aumentam os juros futuros domésticos na abertura dos negócios desta terça-feira. Já o dólar comercial tinha ganhos moderados nos primeiros minutos de pregão.

Por volta de 9h45, a moeda americana aumentava 0,16%, saindo a R$ 4,6148. Enquanto isso, a taxa do contrato futuro de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 subia de 12,62% no ajuste anterior para 12,665%; a do DI para janeiro de 2024 avançava de 11,82% para 11,95%; a do DI para janeiro de 2025 aumentava de 11,09% para 11,20%; e a do DI para janeiro de 2027 variava de 10,85% para 10,96%.

As perspectivas de imposição de novas sanções ocidentais à Rússia, em específico ao carvão e ao petróleo do país, diante de relatos de massacres civis nos arredores de Kiev ampliam os riscos de inflação no mundo e impulsionam os juros globais nesta manhã. A leitura de que os bancos centrais de países desenvolvidos terão de agir de maneira mais tempestiva também tem ganho força, pressionando as curvas de juros mundo afora.

No horário acima, o rendimento do título do Tesouro americano (Treasury) de dez anos subia de 2,405% no fechamento anterior para 2,467%. Já o juro projetado pelo “bund” alemão de igual vencimento passava de 0,505% para 0,583%.

Nesta manhã, a curva de juros americana permanecia “invertida” — formato em que as taxas curtas são maiores que as longas, visto usualmente como um prenúncio de recessão —, já que o rendimento do papel de dois anos avançava a 2,47%. Agentes do mercado também ajustavam as posições à espera da divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, banco central americano), na quarta-feira.

“Os investidores ainda estão tentando descartar a possibilidade de novas ‘pernas’ mais altas nos rendimentos dos Treasuries de dez anos. Acreditamos que é muito cedo para isso, especialmente em um ambiente de dinâmica de ações dos EUA extraordinariamente resilientes”, dizem os profissionais de economia e estratégia do Citi para Europa Central e Oriental, Oriente Médio e África, em nota a clientes.

“Se os mercados acionários dos EUA puderem resistir ao atual processo de aperto das condições monetárias, talvez o nível neutro para as taxas dos EUA possa ser muito superior ao que está precificado atualmente nos mercados”, apontam os analistas.

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