Libra cai para menor patamar em relação ao dólar desde 1985
Fraqueza da economia britânica e subida dos juros nos EUA explicam desvalorização da moeda
O dólar voltou a avançar no exterior na sessão desta sexta-feira, em meio à preocupação com a inflação, o aperto monetário dos bancos centrais e uma possível recessão global. O cenário de incerteza e temor leva o investidor a buscar refúgio na moeda americana. Hoje o foco do investidor deve ficar na divulgação dos dados da Universidade de Michigan sobre a expectativa de inflação a longo prazo.
Às 9h30, o índice DXY, que mede o peso do dólar ante seis moedas de mercados desenvolvidos, operava em alta de 0,31%, a 110,083 pontos, mantendo-se próximo do nível mais alto em quase 20 anos. Enquanto a moeda americana se beneficia, a libra cai para seu patamar mais baixo desde 1985, retraindo no horário acima 0,59%, a US$ 1,1383, enquanto o euro perdia 0,28%, a US$ 0,9958. O dólar perdia, porém, para a divisa japonesa, recuando 0,12%, a 143,157 ienes.
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Hoje pela manhã, os dados de varejo do Reino Unido mostraram um esfriamento maior do que o esperado, com o volume de vendas caindo 1,6% em agosto, ante julho, enquanto o projetado era um recuo de 1,4%. “A nova queda é parte integrante da fraqueza mais ampla da atividade econômica. Isso sustenta nosso apelo de que o Reino Unido está nos estágios iniciais de uma recessão que durará até o segundo trimestre de 2023”, escreveu Kallum Pickering, economista sênior do Berenberg, em nota.
Para o Citigroup, a libra pode enfraquecer ainda mais em relação ao dólar nos próximos meses, dadas as vulnerabilidades da economia do Reino Unido. “A conta corrente do Reino Unido está sendo corroída pelos altos preços da energia e pelo Brexit”, dizem analistas do Citi em nota. Novos riscos fiscais estão surgindo, pois as medidas de apoio à energia podem ser financiadas inteiramente pela emissão de títulos do governo do Reino Unido, ou gilts, dizem eles. O Citi espera que a libra caia para US$ 1,10 em três meses.
Na sessão de hoje, o dólar também se mantém forte ante moedas de mercados emergentes, subindo 0,51% ante o rand sul-africano e 1,35% ante o rublo russo.