Mercado hoje: Ibovespa zerou perdas com apoio de Petrobras; dólar fechou em R$ 5,17

Tragédia no Oriente Médio inflacionou petróleo e Petrobras, que salvou o Ibovespa

B3: painel mostra desempenho do Ibovespa. Foto: Amanda Perobelli/Reuters
B3: painel mostra desempenho do Ibovespa. Foto: Amanda Perobelli/Reuters

Depois de operar em queda firme durante grande parte do pregão desta segunda-feira (6), a bolsa brasileira passava a rondar a estabilidade no meio da tarde, enquanto o dólar perdeu força frente ao real.

Por fim, o Ibovespa fechou próximo à estabilidade, subindo 0,18% (pós-ajuste), aos 108.722 pontos. A moeda americana, depois de subir a R$ 5,20, fechou em alta de 0,49%, a R$ 5,176.

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Pode-se dizer que o índice só reduziu as perdas e fechou em leve alta por causa da alta das ações da Petrobras. Os papéis preferenciais subiram 3,87%, enquanto os ordinários ganharam 3,63%.

Tragédia inflaciona petróleo

O petróleo fechou em forte alta após dois fortes terremotos atingirem a Síria e a Turquia e obrigar a suspender a operação de um terminal na cidade turca de Ceyhan.

O Brent – utilizado como referência pela Petrobras – subiu 1,31%, a US$ 80,99.

Os terremotos, um com magnitude 7,9 e outro de 7,6, atingiram diferentes regiões da Turquia entre ontem e hoje. A catástrofe obrigou operadores a suspenderem a atividade no terminal de Ceyhan, principal plataforma de exportações do petróleo turco.

Como consequência da paralisação, fluxos do óleo vindos do Iraque e Azerbaijão também pararam temporariamente, de acordo com a agência.

Até o momento (18h20) já passam de 4.300 mortos. Tremor foi o mais violento na região desde 1939, e foi sentido também em Israel, Chipre, Líbano e Iraque. Milhares estão feridos e outros milhares desaparecidos.

O setor de commodities metálicas, um dos mais importantes na formação do índice, influenciava a baixa da bolsa local com a desvalorização do minério de ferro no norte da China. Vale fechou em (-1,52%), CSN (-1,99%), Usiminas (-1,79%) e Gerdau (-0,68%) entre as principais baixas da sessão.

Focus

Mais cedo, o mercado financeiro repercutiu os novos dados do boletim Focus, divulgado mais cedo pelo Banco Central.

O relatório reforçou cenário de piora das expectativas de inflação, além da perspectiva de a taxa Selic permanecer em patamar elevado por um longo período, como disse o próprio comunicado do Banco Central após a divulgação da taxa Selic.

A previsão para o IPCA em 2023 subiu de 5,74% para 5,78%, enquanto a avaliação dos especialistas das instituições financeiras é que os juros básicos da economia não irão baixar de 9% ao ano até o encerramento de 2025.

Ainda na esfera do Banco Central, os investidores acompanham declarações do presidente Lula e integrantes do governo questionando a atuação e autonomia da autoridade monetária, o que influencia negativamente os negócios no mercado doméstico.

O falatório teve um novo capítulo na posse do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. Lula voltou a criticar o patamar elevado dos juros brasileiros. “É uma vergonha esse aumento de juros e a explicação que o BC deu para a sociedade”, afirmou.

Os embates tendem a se intensificar com a divulgação da ata da última reunião do Copom, programada para a manhã desta terça-feira (7).

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