Mercado hoje: Ibovespa fecha em leve alta com balanços e petróleo; dólar caiu a R$ 5,21
O Ibovespa fechou em leve alta de 0,07%, a 108.078 pontos nesta sexta-feira (10), balanceando o noticiário corporativo negativo e o impulso da alta do petróleo no exterior.
Já o dólar fechou o dia em queda de 1,07% ante o real, negociado a R$ 5,21. Na semana, a moeda norte-americana ainda conseguiu fechar no azul, com alta de 1,45%.
Commodities
O petróleo encerrou a sessão em forte alta, reagindo à notícia de que a Rússia deve cortar 500 mil barris por dia de sua produção a partir do mês que vem. A decisão seria uma resposta de Moscou às sanções anunciadas por países do Ocidente.
O contrato futuro do petróleo Brent – utilizado pela Petrobras como referência – para entrega em abril fechou em alta de 2,24%, negociado a US$ 86,39 o barril.
Na semana, o Brent acumulou altas de 8%. As ações da Petrobras avançaram firme hoje, a PETR4 subiu 3,01% e a PETR3 2,91%.
Meta de inflação
O debate sobre uma possível revisão da meta de inflação, que contribuiu para azedar o humor na sessão de ontem, continuou no radar do investidor hoje.
O assunto ganhou corpo com relatos de que tanto o governo estaria buscando antecipar a discussão quanto o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, já teria sinalizado estar disposto a fazer mudanças. O receio dos agentes financeiros é que um elevação da meta sirva para desancorar ainda mais as expectativas de inflação no país.
Por outro lado, na leitura de estrategistas do banco BBVA, uma meta de inflação mais facilmente alcançável poderia ajudar a acalmar a situação entre o presidente Lula e Campos Neto. “Pois permitiria e encorajaria o Banco Central a ser mais ‘dovish’ [mais favorável ao relaxamento das condições monetárias].”
No campo corporativo, o balanço do Bradesco no quarto trimestre de 2022 também influencia os negócios. O banco reportou um lucro líquido recorrente de R$ 1,595 bilhão, com queda de 69,5% ante o terceiro trimestre e 75,9% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
As ações do Bradesco (BBDC4) caíam 7,2%. Ao explicar os resultados ruins, o diretor-presidente do banco, Octavio de Lazari Junior, comentou que o banco pode ter concedido “mais crédito do que deveria”. Lazari também classificou como fraude o caso da Americanas.
Os papéis da Alpagartas (ALPA4), dona da Havaianas, despencavam 17,5% depois que a empresa reportou prejuízo líquido consolidado de R$ 21 milhões no quarto trimestre do ano passado, revertendo o lucro de R$ 303,1 milhões no mesmo período de 2021.
Ainda no cenário corporativo, a Fitch rebaixou a nota de crédito da Azul em moeda estrangeira e local de “CCC+” para “CCC-”, e a nacional de “B(bra)” para “CCC(bra)”, refletindo os riscos altos e refinanciamento da Azul, em meio ao aperto do crédito no mercado local e a incertezas quanto à recuperação das condições de concessão de crédito. As ações da companhia aérea caíam 7,1%. Ontem, os papéis tiveram um dos piores desempenhos do dia.
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