Mercado hoje: Ibovespa fecha em queda pelo segundo dia seguido diante de temores fiscais

Bolsa brasileira fechou em baixa de 2,14%; investidores seguem desconfiados

B3: painel mostra desempenho do Ibovespa. Foto: Amanda Perobelli/Reuters
B3: painel mostra desempenho do Ibovespa. Foto: Amanda Perobelli/Reuters

O Ibovespa manteve a tendência apontada no pregão de ontem e hoje (3) fechou em queda de 2,14%, aos 104.104 pontos, diante da desconfiança dos investidores com o novo governo e às sinalizações recentes dadas pela equipe econômica e ministerial.

Mais cedo, o ministro da Previdência, Carlos Lupi, afirmou que pretende discutir a reforma da Previdência realizada no governo anterior. Ontem o mau humor se deu com a prorrogação da desoneração dos impostos federais sobre combustíveis.

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Às 17h o dólar comercial fechou em alta de 1,75%, negociado a R$ 5,45, assim como as taxas de juros futuros, subiram até 26 pontos base nos contratos de curto prazo. A taxa do Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 13,73%, enquanto para janeiro de 2027 subiu para 13,22%.

“O humor do mercado continua ruim, principalmente para empresas mais ligadas ao cenário interno”, afirma Luiz Adriano Martinez, sócio e gestor de renda variável da Kilima Asset. “Para as mais ligadas ao exterior, depende mais da situação global, de como commodities reagem. As de dinâmica interna, sejam concessionárias, estatais, ou empresas com beta maior, têm dinâmica ruim.”

As perdas da Petrobras e do setor bancário tinham peso forte sobre a bolsa brasileira. Petrobras PN (-2,92%) e Petrobras ON (-1,80%) recuavam mesmo após as fortes perdas de ontem, em parte por causa das perdas do petróleo Brent no exterior. Há também preocupação com a política de preços da companhia sob a nova gestão, e também com os investimentos e dividendos.

“O mercado vem buscando previsibilidade, saber o que vai acontecer. E parece que não teremos isso no curto prazo”, afirma Martinez. “Tanto o modelo de preço de combustíveis quanto outras questões regulatórias, como as que envolvem privatizações, devem ser resolvidas só daqui a algum tempo.”

Os bancos também trabalhavam com recuos significativos: Itaú PN (-1,84%), Bradesco PN (-4,98%), BB ON (-1,74%) e BTG Pactual units (-4,11%) caíam, tanto com a expectativa de que a economia doméstica pode enfrentar turbulências quanto com as preocupações do uso de bancos públicos para a oferta de crédito subsidiado, prejudicando os pares privados.

Entre as empresas com mais peso no índice, as ligadas às commodities metálicas davam algum alívio ao Ibovespa. Vale ON (+0,15%), Usiminas PNA (+0,28%) e Gerdau PN (+0,88%) operavam com ganhos, refletindo a expectativa de incentivos econômicos na China.

Colaborou Allan Ravagnani

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