Mercado hoje: Ibovespa e dólar fecham semana em alta enquanto bolsas de NY patinam

Ibovespa vai no sentido contrário das bolsas norte-americanas, que caem

Painel mostra movimentação no mercado de ações brasileiro. Foto: Divulgação/B3
Painel mostra movimentação no mercado de ações brasileiro. Foto: Divulgação/B3

O Ibovespa fecha a sexta-feira (7) e a semana em alta, enquanto o dólar encerra o pregão em queda, mas apresenta valorização na semana. A bolsa de São Paulo foi impulsionada ao longo do dia pelas notícias relacionadas à política brasileira.

Além disso, dados econômicos dos Estados Unidos também foram considerados pelos investidores no Brasil e no mundo nesta sexta.

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Nesse sentido, o principal índice da bolsa brasileira avançou 1,25%, a 118.897 pontos nesta sexta. Na semana, a alta do Ibovespa foi de 0,69%. No ano, a valorização é de 8,35%.

“As incertezas políticas em relação ao governo Lula diminuíram e a inflação está dando trégua, abrindo espaço para uma queda da Selic”, diz Luiz Felipe Bazzo, CEO do Transferbank, ao avaliar os motivos da animação com os ativos de risco brasileiros.

Assim, o Ibovespa se recupera de uma queda acentuada na quinta-feira, quando o índice recuou 1,78% no fechamento, para a casa dos 117 mil pontos. Simultaneamente, o dólar subiu 1,64%, fechando em R$ 4,92.

Na semana passada, o Ibovespa interrompeu um ciclo longo de altas, encerrando a semana com queda de 0,75% no período. Ainda assim, junho foi o melhor mês para a bolsa desde dezembro de 2020, com uma alta de 9%.

Dólar

Já o dólar caiu 1,30% nesta sexta, a R$ 4,8659. Na semana, a moeda norte-americana teve alta de 1,69%, depois de fechar a semana anterior cotada a R$ 4,78, ao passo que, no cenário internacional, o DXY apontou queda de 0,87%. O índice mostra o desempenho da divisa em relação a uma cesta de outras seis moedas de relevância.

Ações

Assim também as ações da petroleira 3R Petroleum passaram o dia entre as maiores altas do índice após a empresa divulgar crescimento de produção consistente no mês de junho.

“O que explica esse resultado e coloca a empresa em um novo patamar é a incorporação do Polo Potiguar, que teve a aquisição concluída recentemente, além da alta do petróleo lá fora”, diz Rodrigo Azevedo, sócio-fundador da GT Capital.

Da mesma forma a BRF se destacou entre as altas junto a outras empresas do setor de frigoríficos como a Marfrig, JBS e Minerva.

“A queda dos preços de matérias-primas como soja e milho pode representar menores custos para essas empresas, o que ajuda a impulsionar a busca dos investidores pelos papeis. Outra notícia que impulsiona BRF é o follow-on da empresa divulgado recentemente”, acrescenta Azevedo.

Bolsas de Nova York se afastam do Ibovespa

A maior economia do mundo mostrou sinais de desaceleração. O payroll, relatório de empregos dos EUA, mostrou que o país criou 209 mil vagas em junho, abaixo dos 225 mil esperados. Os dados foram publicados nesta sexta pelo Departamento do Trabalho.

Apesar disso, a taxa de desemprego se mantém estável, em 3,6%, “sinalizando que as empresas, embora reduzindo o volume de contratações, que estão cada vez mais concentradas em mão de obra especializada, seguem reticentes em reduzir seus quadros atuais”, diz Matheus Pizzani, economista da CM Capital.

Em síntese, o payroll é um dos indicadores utilizados pelo Federal Reserve (Fed) de pode pesar sobre o futuro da política de juros do país.

Anteriormente, na quinta, os investidores aumentaram as apostas em uma nova alta dos juros na próxima reunião do banco a partir dos dados econômicos que foram publicados no dia, o que havia derrubado as bolsas.

Da mesma forma, as bolsas norte-americanas encerraram o dia em queda. Nasdaq perdeu 0,10% e foi a 13.660 pontos. Dow Jones recuou 0,59%, a 33.721. E S&P 500 desceu 0,30%, a 4.398 pontos.  

Na semana, a Nasdaq caiu 0,92%. Dow Jones desceu 1,96% e S&P 500 recuou 1,16%.

Ibovespa é impactado pela política

Anteriormente, entre a noite de quinta e a madrugada desta sexta, a Câmara dos Deputados aprovou, em dois turnos, o texto da reforma tributária.

Para o Citi, as mudanças “podem simplificar o sistema tributário, contribuindo para o Brasil sair da pior posição num ranking de 190 países em relação ao ‘tempo gasto para pagar impostos’”, diz o banco em relatório.

Assim, o banco apontou que principais mudanças são a redução no número de impostos sobre consumo e o local da arrecadação da origem para o destino.

Simultaneamente, uma análise da Órama apontou que a reforma tributária “deve simplificar a cobrança de tributos no país, levar ao fim da guerra fiscal, atrair investimentos e promover o crescimento econômico.”

Europa se recupera

As bolsas da Europa fecharam na maioria em alta nesta sexta-feira. Na quinta-feira, uma leitura inicial bem acima da expectativa de analistas havia criado uma perspectiva de que o Federal Reserve (Fed) pudesse reforçar ainda mais seu aperto monetário.

No entanto, o número de criação de vaga, divulgado nesta sexta, veio mais próximo do que era antecipado, e os índices recuperaram parte das perdas em sua maioria.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,10%, a 447,65 pontos. O DAX subiu 0,48%, a 15.603,40 pontos, em Frankfurt. Em Paris, o CAC 40 avançou 0,42%, a 7.111,88 pontos. Em Milão, o FTSE MIB teve alta de 0,99%, a 27.778,32 pontos. E em Lisboa, o PSI 20 ganhou 0,28%, a 5.889,33 pontos.

O FTSE 100, em Londres, caiu 0,32%, a 7.256,94 pontos. Outra queda de destaque foi do Ibex 35, em Madri, que caiu 0,36%, a 9.251,20 pontos.

Com informações do Estadão Conteúdo

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