Ibovespa fecha em queda pressionado por dados de inflação e perde 3,09% na semana

Os dados de inflação maiores que os esperados no Brasil e nos EUA azedaram o humor dos investidores no pregão desta sexta-feira, que agora projetam mais juros

Painel mostra desempenho de ações na B3. Foto: Cris Faga/NurPhoto/Reuters
Painel mostra desempenho de ações na B3. Foto: Cris Faga/NurPhoto/Reuters

O Ibovespa encerrou a semana pós-Carnaval em queda firme, pressionado por dados de inflação acima do esperado no Brasil e, principalmente, nos EUA. A leitura dá ainda mais margem para que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) continue subindo os juros nos EUA, o que diminui o ímpeto por risco do investidor global e tira atratividade de mercados como o brasileiro. O índice perdeu 3,09% na semana.

Ontem, sexta (24), Ibovespa se firmou no campo negativo e fechou o pregão em queda de 1,66%, aos 105.798 pontos, após os dados de inflação dos Estados Unidos. O dólar avançou 1,24%, fechando a sessão em R$ 5,1985. Nesta semana, a divisa americana avançou 0,67%.

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Os mercados passaram por estresse após a divulgação do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos em janeiro.

O índice cheio e o núcleo subiram 0,6% no mês passado ante dezembro. O núcleo avançou mais do que o 0,5% previsto por analistas consultados pelo “The Wall Street Journal”.

O indicador pode fazer com que o Fed seja mais duro no aperto monetário – após a divulgação dos dados, as apostas em alta de meio ponto porcentual na reunião de março aumentaram e as em corte de juros ainda este ano diminuíram.

Um juro mais alto nos Estados Unidos é negativo para bolsas em todo o mundo.

Entre as ações mais negociadas da sessão, caíram Petrobras PN (-1,21%), Vale (-2,56%), Itaú (-3,36%), Banco do Brasil (-2,32%) e Bradesco (-3,13%). O Magazine Luiza era o destaque no lado positivo, com avanço de 1,69%.

O IPCA-15, divulgado pela manhã, veio levemente acima das expectativas; No âmbito doméstico, o cenário fiscal continua no radar, com o novo arcabouço e a reoneração de combustíveis em pauta.

Mais cedo, o IBGE informou que o IPCA-15 subiu 0,76% em fevereiro ante janeiro, acima da mediana das estimativas coletadas pelo Valor Data, que era de 0,72%. Em fevereiro de 2022, o indicador havia subido 0,99%.

Os dados de inflação ganham destaque também com a volta da cobrança de impostos sobre combustíveis à pauta. A desoneração de gasolina e etanol vai até terça-feira (28), e o assunto pode ser causa de embate entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad – que defende a volta da cobrança de impostos – e a ala política do governo.

A reoneração é vista como positiva do ponto de vista fiscal, mas também tende a ter impacto na inflação.

Commodities

Minério

Os preços do minério de ferro encerraram a semana em baixa. Segundo Reuters, as bolsas voltaram a alterar os limites de negociação após o rali recente, num esforço para conter os especuladores.

O minério com teor de 62% de ferro – que é vendido pela Vale – recuou 2,7% nesta sexta-feira no norte da China, para US$ 126,65 por tonelada, dando continuidade às perdas da véspera, segundo dados da Platts, da S&P Global Commodity Insights.

Com isso, a principal matéria-prima do aço voltou a exibir desvalorização, ainda que leve, de 1,8%, em fevereiro. No ano, os ganhos acumulados estão em 7,9%.

Petróleo

O petróleo avançou nesta sexta-feira (24) e terminou a semana próximo da estabilidade, recuperando-se após fortes quedas em sessões recentes. O barril do petróleo Brent (referência da Petrobras para precificação) subiu 1,16% hoje e 0,19% na semana, a US$ 83,16.

De olho no futuro corte na exportação do óleo da Rússia, os contratos da commodity no mercado futuro sustentaram ganhos hoje mesmo diante da valorização do dólar no exterior, após dados de inflação fortes nos EUA.

Ouro

O ouro fechou em queda com os mercados repercutindo os dados da inflação americana, que fez com que a demanda por ativos de proteção aumentasse, fortalecendo o dólar no exterior e reduzindo os ganhos do metal amarelo.

Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para abril recuou 0,53%, a US$ 1.817,10 por onça-troy. Na variação semanal, o ouro registrou retração de 1,81%.

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