Ibovespa acumula queda de 7,45% no mês e petroleiras derrubam índice no dia; dólar avança 3% em fevereiro

No último pregão do mês de Carnaval, o Ibovespa fechou em queda de 0,73% com fala de Haddad sobre combustíveis; dólar foi a R$ 5,22

Painel mostra desempenho de ações na B3. Foto: Cris Faga/NurPhoto/Reuters
Painel mostra desempenho de ações na B3. Foto: Cris Faga/NurPhoto/Reuters

O Ibovespa fechou a sessão desta terça-feira (28) em queda de 0,73% aos 104.931 pontos, mais uma vez pressionado pelo fluxo estrangeiro, com a maior aversão ao risco global e diante das últimas notícias sobre a reoneração dos combustíveis, com o ministro Fernando Haddad anunciando o aumento de R$ 0,47 (R$ 0,34 no bolso do consumidor) na gasolina e R$ 0,02 no etanol.

Com a notícia, as ações das petroleiras caíram, derrubando o Ibovespa. Prio ON caiu 9,04% e 3R Petroleum ON recuou 6,97%, enquanto as ações ordinárias e preferenciais da estatal cederam 4,39% e 3,48% na sessão, respectivamente.

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Se considerado todo o mês de fevereiro, a bolsa acumulou 7,49% em perdas, castigada principalmente pelo cenário externo, diante da expectativa de novos aumentos nas taxas de juros nos Estados Unidos. Desde o início do ano a contração da bolsa totaliza 4,38%.

IndicadorPontuaçãoVariação no diaVariação no mês
Ibovespa104.931-0,73%-7,49%
Dow Jones32.656,70-0,71%-4,19%
S&P500 3.970,15-0,3%-2,61%
Nasdaq Composite11.455.54-0,1%-1,11%
IFIX 2.808,390,32% 1,37%
CDI13,65

Às 17h, o dólar fechou o dia em alta de 0,34%, a R$ 5,225. Em fevereiro, a moeda americana valorizou 3%.

MoedaCotaçãoVariação no diaVariação no mês
DólarR$ 5,22 0,35%3%
EuroR$ 5,540,02%0,42%

O Ministério da Fazenda anunciou no final da tarde desta quarta (28) a volta de tributos sobre gasolina e etanol, além da redução do preço dos combustíveis nas refinarias.

A reoneração da gasolina será de R$ 0,47 e a do etanol, de R$ 0,02. Enquanto o governo anunciava a medida, o Ibovespa passou a cair 0,47%.

Commodities

O petróleo Brent – utilizado como referência pela Petrobras – fechou o dia em alta de 1,72%, a US$ 83,45 o barril, quase anulando as perdas do mês, que totalizaram 1,12%.

O ouro com contrato para abril fechou em alta de 0,65%, a US$ 1.836,70 por onça-troy. Como dito ontem, a onça troy de ouro é uma unidade de medida usada pelo mercado de joias e metais preciosos. Na conversão para o sistema métrico, uma onça troy equivale a 31 gramas.

Destaque do dia

O destaque do dia foi a Petrobras – investidores buscam saber se a companhia modificará os preços de combustíveis após a reoneração da gasolina e do etanol. Na noite de ontem, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que “há um colchão (no âmbito do PPI) que permite diminuir ou elevar o preço dos combustíveis, e ele pode ser utilizado”.

Os papéis da companhia abriram em forte alta após a empresa destacar, em fato relevante, que pretende continuar com uma política de preços “competitivos e em equilíbrio com o mercado”.

No início da tarde, a estatal anunciou reduções no preço da gasolina e do diesel, o que fez as ações da companhia virarem e operarem em queda firme. Petrobras PN caía 1,72% e Petrobras ON recuava 2,66%.

Destaques do mês

Como se sabe, os EUA pagando juros atraentes retira a atratividade dos ativos de risco e das bolsas mundo afora, ainda mais em países emergentes.

No entanto não foi só isso, o mercado também penalizou ruídos internos, especialmente com a queda de braço entre Lula e o Banco Central em torno da autonomia da entidade, da taxa de juros e a meta de inflação.

Nesta reta final de mês, a inflação mostrou que ainda é um sério risco no Brasil, fazendo o BC manter as taxas elevadas por mais tempo.

Segundo relatório do Itaú BBA, os ativos de risco seguirão influenciados pelos indicadores de inflação, onde as curvas de juros dos principais países continuam precificar juros terminais em patamares mais elevados, e por um período mais longo.

“Hoje, por exemplo, as surpresas nos CPIs de Espanha e França, acima do esperado, trouxe uma nova onda de alta dos títulos soberanos na região, contaminando as taxas das treasuries bonds”, afirmou o relatório. 

Bolsas americanas

Entre os principais índices de Wall Street, o Dow Jones caiu 4,19% em fevereiro, S&P 500 recuou 2,61% e o Nasdaq encolheu 1,11%.

Europa

Os principais índices da Europa fecharam a terça-feira em queda, acompanhando o clima negativo que dominou Wall Street após a abertura. O mercado também repercutiu a inflação da França e os balanços das empresas do continente.

O índice Stoxx 600 – índice com 600 companhias listadas em 17 países da Europa – fechou em queda de 0,32%. O índice DAX, de Frankfurt, teve perda de 0,11% e o FTSE 100, de Londres, registrou queda de 0,74%. O francês CAC 40 contabilizou recuo de 0,38%.

No acumulado mensal, o Stoxx 600 subiu 1,74%, o DAX ganhou 1,57%, o FTSE de Londres teve alta de 1,35% e o CAC 40 avançou 2,62%.

Desemprego

A taxa de desemprego encerrou 2022 em 7,9% (de 8,1% em novembro), ligeiramente abaixo da projeção média do mercado, em 8,0%. Com ajuste sazonal, o indicador ficou estável em 8,5%. A taxa de desemprego média no ano foi de 9,3%.

A estabilidade da taxa de desemprego ocorreu devido à queda na taxa de participação e na população ocupada. O recuo da população ocupada se deu em razão de quedas no setor formal e informal (-0,3% e -1,4% de variação no mês com ajuste sazonal, respectivamente). Depois de um longo período de alta, o emprego formal recuou nos últimos dois meses.

O Itaú afirmou que a divulgação de hoje indica que o mercado de trabalho (formal e informal) está perdendo tração. “Olhando à frente, esperamos que a taxa de desemprego tenha uma leve alta em 2023, encerrando o ano em 8,6% (com ajuste sazonal)”, apontou.

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