Ibovespa acumula perdas em março diante de crise bancária e taxa de juros
Março foi especialmente difícil para os mercados acionários e ativos de risco, que passaram pela crise bancária e a quebra de expectativa nas decisões de juros
O desempenho dos mercados brasileiros nesta última semana de março reduziu os prejuízos do mês, que abateu os investidores com a quebra do banco SVB, nos Estados Unidos, que logo saltou para uma ameaça de crise sistêmica, fazendo as autoridades saírem a público para defender a solidez das instituições e prometer não deixar acontecer uma quebradeira geral.
Saindo dos Estados Unidos, a desconfiança com o sistema bancário chegou na Suíça com o gigante Credit Suisse dando demonstrações de fraqueza e precisando ser salvo pela autoridade monetária da Suíça e depois comprado pelo maior rival, o UBS, por US$ 3,2 bilhões. Na Alemanha, o Deutsche Bank ainda chegou a dar um susto nos investidores.
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Arcabouço Fiscal
No decorrer do mês, as incertezas políticas, a expectativa pelo arcabouço fiscal e a quebra de expectativas diante das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos derrubaram os índices e levou o Ibovespa a perder o suporte dos 100 mil pontos, que não era rompido desde julho de 2022.
Veja abaixo como foi o desempenho das bolsas na comparação com os períodos recentes.
em 31 de março | variação hoje | na semana | em março | no trimestre | |
Ibovespa | 101.882 | -1,77% | +3,1% | -2,9% | -7,1% |
Dow Jones | 33.274 | +1,26% | +3,16% | +0,82% | +0,38% |
S&P 500 | 4.109 | +1,44% | +3,46% | +3,21% | +7,03% |
Nasdaq 100 | 13.300 | +1,67% | +1,64% | +10,27% | +20,69% |
IFIX | 2.759 | +0,84% | -0,36% | -1,71% | -3,19% |
CDI | 13,65% | – | – | – | – |
A semana que terminou hoje foi positiva para o mercado acionário, que aqui no Brasil repercutiu bem o Arcabouço Fiscal do governo.
O movimento de hoje foi visto como de realização de lucros após cinco dias seguidos de ganhos. Mas o Ibovespa conseguiu fechar o mês acima dos 100 mil pontos e o dólar abaixo dos R$ 5,10.
Veja o desempenho das moedas estrangeiras diante do real.
Moeda | em 31/03 | Variação dia | na semana | em março | no trimestre |
Dólar | R$ 5,069 | -0,55% | -3,45% | -2,98% | -3,99% |
Euro | R$ 5,50 | -0,97% | -2,46% | -0,06% | -2,25% |
No Brasil, o Arcabouço Fiscal foi visto como um plano confiável, que se implantado, irá conter o endividamento público e consequentemente a inflação.
Muitos analistas disseram que o Banco Central já pode começar a planejar os cortes na taxa de juros após a apresentação do plano.
O mesmo nos Estados Unidos, que depois de mais uma elevação de 0,25 ponto percentual na taxa de juros, já pode pensar em frear o aperto monetário. Hoje, a inflação americana demonstrou mais uma vez que está perdendo vigor.
O núcleo do PCE, que exclui itens mais voláteis como alimentos e energia, teve alta de 0,3% em fevereiro, abaixo do esperado, enquanto os gastos do consumidor se estabilizaram. Em 12 meses, o indicador acumula alta de 4,6%.
Commodities
Commodity | em 31 de março | variação no dia | na semana | em março | no trimestre |
Petróleo Brent | US$ 79,89 | +1,64% | +7,11% | -3,55% | -7,15% |
Minério de ferro | US$ 132 | +1,20% | +4,4% | +3,1% | +10,9% |
Entre as commodities, o petróleo teve mais uma sessão de ganhos nesta sexta-feira e fechou a semana com alta robusta.
Com o movimento, a commodity energética encerra março em ritmo consolidado de recuperação após o forte movimento de vendas durante o período mais agudo da crise bancária nos EUA.
No entanto, os contratos ainda fecharam março com perdas.
Embora os temores quanto à crise bancária nos EUA – com impacto também na Europa – tenham diminuído, vários analistas ainda projetam que tanto a economia americana quanto a da zona do euro devem entrar em recessão este ano.
O Ibovespa teve o quarto pior primeiro trimestre desde o início do Plano Real, segundo levantamento do economista Einar Rivero, do Trademap.
A queda de 7,1% no período só ficar atrás da retração do ano de 2020, quando o índice recuou 36,86% (início da pandemia), seguido pelo ano de 1995 com queda de 31,58% e a terceira maior queda ocorreu no ano de 2013 com 7,55%.
A maior valorização do Ibovespa para um primeiro trimestre foi em 1999 com valorização de 57,67% (Trimestre da liberação do câmbio) seguido pelo ano de 1997 com 28,47% e as TOP 3 altas fecha com 1998 com 17,16%