Tensão eleitoral deve seguir pressionando dólar e juros futuros

Os investidores têm ampliado posições defensivas no mercado local

Detalha de nota de dólar. Foto: Pixabay
Detalha de nota de dólar. Foto: Pixabay

O dólar e as taxas dos juros futuros podem demonstrar sensibilidade ao aumento dos riscos políticos no país, à medida que o presidente Jair Bolsonaro (PL) teve negado o seu pedido de abertura de inquérito para apurar uma suposta divergência entre a veiculação de inserções de sua campanha em rádios. Com riscos de um “terceiro turno” crescendo, os investidores têm ampliado posições defensivas no mercado local, o que pode ser agravado hoje pelo cenário externo, que tem uma agenda carregada de eventos importantes.

Perto das 8h40, o índice DXY, que mede a força do dólar ante uma cesta de seis divisas principais, operava em alta de 0,30%, aos 110,033 pontos. Frente a emergentes, a moeda americana se valorizava e subia 0,05% ante o peso mexicano; 0,08% ante o rublo russo; 0,77% ante o rand sul-africano; e 0,10% ante a lira turca.

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Ontem, o TSE arquivou ação apresentada pela campanha de Bolsonaro que alegava fraude na veiculação das suas propagandas em rádios do país. Bolsonaro, em entrevista coletiva, disse que irá “às últimas consequências, dentro das quatro linhas da Constituição” e que entende que “está comprovada a diferenciação e o tratamento dispensado ao outro candidato”.

O assunto tende a deixar investidores, que já vinham trabalhando com posições mais defensivas nos últimos dias, ainda mais cautelosos.

Ao mesmo tempo, os agentes avaliam o comunicado da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) da noite de ontem. Apesar da esperada manutenção da taxa Selic em 13,75%, houve algumas sinalizações consideradas mais duras pelos investidores, como a alta nas projeções de inflação para 2023 e 2024, além da menção à sensibilidade dos mercados aos riscos fiscais observado, inclusive, em economias desenvolvidas.

“A Área de Estratégia da Warren Renascença avalia que a repetição da sinalização anterior era amplamente esperada, dada a necessidade de o Copom reforçar a ancoragem das expectativas de inflação. Consideramos improvável que haja necessidade de um novo aperto monetário mais à frente, mas o aumento das projeções de inflação para 2023 e 2024 pode representar um sinal amarelo adicional com relação a um eventual início do ciclo de relaxamento monetário no 1º trimestre do próximo ano”, avalia o estrategista-chefe da Warren Renascença DTVM, Sérgio Goldenstein.

No cenário local, a atenção também se volta para o leilão semanal de prefixados do Tesouro Nacional, que, devido à abertura recente das taxas nos últimos dias, deve ter uma oferta menor de títulos.

No exterior, o Banco Central Europeu (BCE) anuncia sua decisão de juros (expectativa de alta de 0,75 ponto percentual nas taxas de referência) e, mais tarde, a presidente da instituição, Christine Lagarde, dá entrevista coletiva. Nos Estados Unidos, serão conhecidos os números da primeira leitura do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre.

Neste contexto, as taxas dos títulos públicos voltam a subir nas economias principais. O juro da T-note de 10 anos avança de 4,006% para 4,070%, enquanto o yield do bund alemão de mesmo vencimento sobe de 2,117% para 2,187%.

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