A importância de investir com foco no benefício da sociedade e do meio ambiente

Nos últimos anos, um número crescente de investidores mudou seu foco de ganhos puramente financeiros para investimentos que geram as chamadas externalidades positivas para a sociedade e/ou meio ambiente.

Mas o que são esses investimentos? Quais empresas e setores se qualificam como investimentos temáticos ESG e/ou de impacto?

O investimento de impacto e o investimento temático ESG são duas estratégias que visam promover externalidades positivas enquanto buscam retornos financeiros. Ao direcionar recursos financeiros para projetos e empresas que geram essas externalidades positivas em suas atividades principais, os investidores desempenham um papel crucial para enfrentar os desafios socioambientais da atualidade.

De acordo com a Aliança Global de Investimento Sustentável (GSIA) em seu último relatório, datado de 2020, um total de 1,94 trilhões de dólares estão alocados em estratégias de investimento temático em todo o mundo, representado crescimento de 605% entre 2016 e 2020.

O investimento temático concentra-se em temas ou setores específicos que se alinham com os valores e interesses do investidor juntamente com a agenda ESG. Esses temas podem focar em transição energética, novas fontes tecnológicas na corrida de descarbonização, como hidrogênio, ou até mesmo no ecossistema da água, um bem vital para a humanidade.

O investimento de impacto pode ser definido como a alocação intencional de capital para empresas e organizações que têm o potencial de gerar impacto social e ambiental positivo mensurável através de métricas estabelecidas juntamente com retornos financeiros.

Essa abordagem permite que os investidores alinhem suas metas financeiras com seus valores, abordando questões como saúde, educação, mudanças climáticas bem como outros temas relevantes.
A Global Impact Investment Network (GIIN) atua na promoção e pesquisa dessas práticas, produzindo e disseminando informações sobre o cenário do investimento de impacto no mundo.

O tamanho do mercado

De acordo com a Pesquisa Anual da GIIN de 2022 que se chama “Medindo o tamanho do mercado de investimento de impacto”, um total de 3.349 organizações gerenciam US$ 1,16 trilhão em ativos de impacto em todo o mundo. Nessa pesquisa, a organização passou a incluir títulos verdes e outras categorias de emissão de títulos especializados que atendem à sua definição de investimento de impacto.

O setor de saneamento, por exemplo, é um dos setores mais relevantes para estratégias de investimento de impacto e de externalidades positivas, especialmente nos países em desenvolvimento. Estimativas indicam que cada unidade monetária investida em saneamento consegue uma economia de 4 unidades em economia de custos ao sistema de saúde.

Assim, ao investir em projetos que melhoram a infraestrutura de saneamento, os investidores podem contribuir para reduzir a propagação de doenças transmitidas pela água, melhorar a saúde pública e aumentar o bem-estar, além de obterem o retorno financeiro tradicional.

Um papel fundamental

Como governos e organizações filantrópicas não podem enfrentar sozinhos os diversos desafios que os cercam, o capital privado desempenha um papel fundamental nessa jornada. Os investidores de impacto e/ou temáticos podem alocar seu capital de diferentes maneiras, incluindo o financiamento de projetos de infraestrutura alinhados a agenda ESG bem como investindo em empresas que se dediquem a uma temática alinhada a sustentabilidade com impacto positivo.

À medida que o cenário de investimento de impacto continua a evoluir, o papel do setor privado de enfrentar os desafios globais prementes torna-se cada vez mais importante, moldando um futuro que prioriza mudanças positivas e bem-estar a longo prazo.

Em conclusão, o investimento de impacto e o investimento temático são estratégias poderosas que viabilizam a geração de externalidade positivas pelos investidores enquanto objetivam retornos financeiros.