Ações da Copel (CPLE6) disparam e fecham com maior valor desde 1997 após notícias sobre privatização

Investidores ficaram animados com a notícia de que o pretende transformar a Copel em empresa de capital disperso e sem acionista controlador

Sede da Copel (CPLE6) em Curitiba, no Paraná. Foto: Divulgação/Copel
Sede da Copel (CPLE6) em Curitiba, no Paraná. Foto: Divulgação/Copel

As ações PNB da Copel tiveram o maior valor de fechamento desde janeiro de 1997, com alta de 22,07%, para R$ 8,74, e movimentando um volume financeiro de R$ 635 milhões. Os papéis ON também encerraram as negociações desta segunda-feira, na máxima histórica desde julho de 1994, com uma valorização de 19,7%, a R$ 7,97, um volume financeiro de R$ 65 milhões.

Os investidores ficaram animados com a notícia de que o pretende transformar a Copel em empresa de capital disperso e sem acionista controlador, ou seja, uma corporação, para levantar recursos para financiar um pacote de investimentos. O estado permaneceria como maior acionista da companhia, com 15% de participação, e também possuiria uma ação de classe especial, uma “golden share” com poder de veto.

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“Se a Copel for levada à privatização, a expectativa é que haverá destravamento de valor, o que reflete positivamente sobre as ações”, explica Vicente Koki, analista da research Mirae Asset. Para o especialista, o governo do Paraná não deve enfrentar dificuldades na condução desse processo de venda da companhia, já que recentemente o governador Ratinho Júnior foi reeleito no primeiro turno, com quase 70% dos votos válidos, e possui maioria na assembleia.

O analista da Koki ainda adiciona que “quando uma empresa é uma estatal, ela tem mais dificuldades para implantar os ajustes necessários para conseguir mais eficiência, como por exemplo na adequação da força de trabalho para operar melhor que a empresa de referência do setor. Outra questão, é que ela é obrigada a fazer algumas provisões para ficar em conformidade e alinhadas com a governança do controlador. Estas questões adicionam mais dificuldades às distribuidoras estatais comparativamente às distribuidoras privadas”.

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Assim, com a desestatização da Copel, esse cenário tende a ser simplificado, o que abre uma maior possibilidade para a companhia acessar os recursos de investidores e fortalecer seus planos de expansão, comenta Koki.

A analista da MyCap Investimentos, Julia Monteiro, comenta que “as palavras-chavepara esse projeto com a Copel são novos investimentos privados e maior acesso para a população a uma área de saneamento e água, o que deve trazer muito benefício para o estado e para as empresas, por causa do retorno potencial elevado”.

Monteiro explica esse tipo de desestatização, semelhante ao da Eletrobras, tende a ser acompanhado de contratos que garantem investimentos focados na melhoria do serviço prestado à população e também acertam o reajuste tarifário. Além disso, caso essa ideia do governo se concretize, também é possível esperar, na teoria, por uma diluição das despesas e geração de sinergias.

O bom humor trazido pela potencial privatização da Copel se espalhou para as ações da Sabesp, que fecharam o dia com alta de 7,32%, a R$ 59,25, e teve um volume financeiro de R$ 447 milhões. Koki explica que o mercado associou a discussão no Paraná a empresas de Utilities em outros estados, mas que até o momento isso não passa de expectativa, pois não há um fato concreto que aponte que o governo de São Paulo deva seguir com essa estratégia.

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