Aéreas: Brasil é exceção ao registrar aumento da demanda em relação ao pré-pandemia

Dados são de julho de 2022 em comparação com o mesmo mês de 2019 e foram apresentados pela associação internacional do setor

Confira o desempenho das ações da Azul (AZUL4). (Foto: Renato Spilimbergo Carvalho/WikiCommons)
Confira o desempenho das ações da Azul (AZUL4). (Foto: Renato Spilimbergo Carvalho/WikiCommons)

O Brasil foi o único país entre os principais mercados aéreos do mundo a registrar uma alta na demanda doméstica em julho deste ano na comparação com igual mês de 2019 — ou seja, antes da pandemia.

O mercado aéreo global tem passado por problemas graves e que deixaram em xeque a operação nos Estados Unidos e Europa por motivos relacionados à falta de mão de obra, superlotação de aeroportos e greves sindicais.

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A demanda doméstica do Brasil (medida em receita por passageiro por quilômetro, ou RPK) apresentou alta de 0,9% em julho na comparação com o mesmo mês de 2019, antes da pandemia.

Contra julho de 2021, o salto foi de 24,2%.

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“Nos últimos meses, o país tem apresentado uma taxa de crescimento dos RPKs muito mais acelerada do que os outros países que a gente monitora”, disse Dany Oliveira, diretor no Brasil da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), em conversa com o Valor.

Principais mercados

Nos principais mercados do mundo, a China apresentou uma queda de 30% na demanda contra o pré-pandemia. Outros mercados relevantes são a Austrália (cuja demanda doméstica caiu 10% em julho), Índia (-19%), Japão (-11%) e Estados Unidos (-8,4%).

Considerando todos os mercados globais, a demanda doméstica em julho deste ano ficou 13,1% abaixo do pré-pandemia, sinalizando um caminho ainda pela frente para a retomada total do setor.

Desafios globais

Globalmente, o setor tem enfrentado uma série de desafios, como a superlotação de infraestrutura aeroportuária na Europa. A principal delas, entretanto, tem sido a falta de pessoal e conflitos sindicais.

O custo de mão de obra é o segundo maior dentro da operação, atrás apenas de combustível. Diretamente, o setor deve empregar 2,7 milhões de pessoas neste ano, alta de 4,3% contra 2021, à medida que a indústria volta aos céus. Mesmo assim, o nível de empregos no setor deve continuar abaixo dos 2,9 milhões registrados em 2019, segundo estimativas mais recentes divulgadas pela Iata. A aposta é de que o setor se mantenha abaixo desse nível no curto prazo.

Falta de funcionários

A falta de pessoas acirrou as disputas sindicais. Na semana passada, por exemplo, a aérea alemã Lufthansa teve de cancelar centenas de voos no país por conta de uma greve organizada pelo sindicato de pilotos da Alemanha. A briga com o sindicato é por aumentos de salário.

A paralisação provocou atraso em voos na Europa e chegou até a ter um leve impacto no Brasil. Passageiros chegaram a reportar overbooking na Latam na sexta-feira 92) em um voo para Roma. Na ocasião, a equipe da empresa no terminal disse a passageiros que o problema havia ocorrido diante da necessidade de realocar clientes por causa de problemas nas escalas na Europa. Oficialmente, entretanto, a empresa disse apenas que alguns passageiros do voo LA8120 precisaram ser reacomodados em outros voos devido a “fatores operacionais”.

No Brasil, funcionários foram dispensados no início da pandemia pela Latam (que recontratou parte significativa) e há ainda uma forte massa de trabalhadores disponível após a falência da Avianca Brasil.

Globalmente, o setor aéreo registrou uma alta de 58,8% na demanda na comparação com julho de 2021, ainda conforme dados da Iata. Ante igual mês de 2019, a queda é de 25,4%. Já no mercado internacional a demanda saltou 150,6% contra 2021, mas ainda 32,1% abaixo do pré-pandemia.

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