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Análise: economia da China está pedindo ajuda e o pior ainda está por vir
O crescimento acima do esperado do Produto Interno Bruto (PIB) da China no primeiro trimestre deste ano ofusca as dificuldades que a segunda maior economia do mundo está enfrentando, sendo que o pior ainda está por vir, avaliam economistas ao comentar os dados do PIB chinês divulgados hoje.
O PIB chinês registrou alta de 4,8% do PIB chinês no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, ante expectativa de +4,6%. O resultado, portanto, superou as estimativas, apesar dos impactos na economia chinesa devido ao ressurgimento de casos de covid-19 no país e às incertezas do ambiente internacional.
Em relatório, as economistas do Société Générale Wei Yao e Michelle Lam observam que o crescimento do PIB da China entre janeiro e março e os dados de atividade no mês passado surpreenderam positivamente, levando à revisão para cima da previsão de alta do PIB chinês em 2022, de 4,3% para 5%.
Porém, elas observam que, “na realidade”, a economia chinesa está “em apuros”, com os números não necessariamente capturando “o verdadeiro grau de perdas no ímpeto de crescimento até o final de março”. “O problema são os bloqueios que ainda estão em vigor e se espalhando”, comentam Yao e Lam, referindo-se aos lockdowns por causa da disseminação da variante ômicron do coronavírus no país.
Ao menos nove cidades chinesas de províncias no norte, leste e no centro da China estão em “gerenciamento estático” contra a covid-19, com medidas específicas e alvos localizados em diferentes situações, como a suspensão de refeição em restaurantes e atividades esportivas e culturais.
“O pior ainda está por vir”, resume, em comentário, o economista sênior para China da Capital Economics, Julian Evans-Pritchard. Para ele, os dados de abril devem ser “ainda piores”, com os bloqueios afetando a atividade no período. “Indicadores sugerem que as interrupções se intensificaram desde o início do mês”, comenta.
Segundo ele, a menos que a situação melhore “muito em breve”, é difícil ver como o crescimento econômico não diminuirá neste segundo trimestre. “O resultado é que o desempenho econômico da China permanecerá sem brilho no curto prazo”, avalia o economista da CapEcon.
Já as economistas do SocGen preveem que a implementação da política de tolerância zero à covid-19 seja ajustada nas próximas semanas, permitindo que o setor industrial em Xangai retome a produção.
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