Anatel monitora risco de ataque a ‘infraestruturas críticas’ de telecomunicações
O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Carlos Baigorri, disse na terça-feira que, no setor, “todos estão em alerta” para evitar que onda de vandalismo que atingiu redes de transmissão de energia do país afete também a infraestrutura de serviço das operadoras de telefonia e provedores de internet.
Mesmo em período de férias, Baigorri disse, em breve conversa com o Valor, que precisou mobilizar a equipe da agência, responsável por monitorar “infraestruturas críticas” de telecomunicações do país, para redobrar a atenção no momento atual.
O presidente do órgão regulador informou que o trabalho é conduzido pelo superintendente de acompanhamento de obrigações da Anatel, Gustavo Borges, que é coordenador do Grupo Técnico de Segurança Cibernética e Gestão de Riscos de Infraestrutura Crítica da agência, o “GT Cyber”.
Procurado, Borges explicou, ao Valor, que já existe uma rotina de trabalho envolvendo um cuidado especial com as infraestruturas críticas, que engloba os principais “troncos” e “elementos” de rede responsáveis pela comunicação de cidades ou Estados inteiros. Segundo ele, grande parte dessa infraestrutura já conta com redundâncias — ou seja, se uma infovia parar de funcionar, outra estará pronta para suprir a demanda a mesma demanda.
O superintendente disse que parte da estratégia de monitoramento e reforço da infraestrutura, para assegurar o aumento da confiabilidade, foi pensada e implementada para a Copa do Mundo de futebol, sediada no país em 2014, e que ficou como legado do evento.
O técnico da Anatel disse que, a partir dos alertas dos últimos dias, vindos dos ataques às redes de energia, a troca de informações entre GT Cyber, as operadas e o órgão de inteligência do governo federal, o GSI, se intensificaram para garantir uma pronta resposta a eventuais situações de crise.
“A comunicação é feita em via de mão dupla, tanto com o repasse de informações públicas, que demandam atenção especial, quanto com aquelas de caráter reservado, envolvendo ocorrências específicas de operadora ou alertas dos órgãos de inteligência com quem mantemos contato”, disse o coordenador do GT Cyber.
O técnico da Anatel não passa detalhes sobre a quantidade e a localização das infraestruturas críticas de telecomunicações do país para, segundo ele, não torná-las vulneráveis.
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