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André Esteves, do BTG (BPAC11): ‘Próximo movimento de juros será de queda’
O próximo movimento de juros deverá ser de queda, na visão de André Esteves, presidente do conselho de administração e sócio sênior do BTG Pactual (BPAC11). “Gostaríamos que fosse o mais rápido possível, é preciso ter condições e as condições estão assentadas”, disse o executivo nesta sexta-feira em evento na Associação Comercial do Rio de Janeiro, que o homenageia como “Empresário do Ano”.
Para Esteves, as relações entre o Ministério da Fazenda e o Banco Central “parecem mais harmônicas do que as manchetes “sugerem”, enquanto o Palácio do Planalto segue a agenda política e há uma ansiedade do presidente Luiz Inácio Lula em entregar resultados.
“Vejo isso com legitimidade. Apesar dessa ansiedade, o dono da caneta é o Banco Central”, disse, lembrando da independência técnica da autoridade monetária.
O executivo também disse que o novo arcabouço fiscal, “dentro do razoável”, vai levar o país para um superávit primário suficiente para estabilizar a dívida. Essa, lembrou, é uma das condições para que o BC tenha liberdade para baixar os juros.
Questionado sobre a recomendação de paciência e serenidade incluída no comunicado mais recente do Comitê de Política Monetária (Copom), que nesta semana manteve a Selic em 13,7%, Esteves afirmou que “na linguagem popular, senta que o leão é manso”.
E continuou: “O Banco Central vai fazer o trabalho dele. No fundo, tem uma lei um pouco mais popular em política monetária: quanto mais você late, menos você precisa morder”.
O executivo do BTG Pactual acredita que há chances do país avançar no campo tributário este ano. Para ele, uma reforma tributária não será uma “grande panaceia”, no sentido de que o país não vai crescer aceleradamente após sua aprovação.
“Estamos fazendo uma série de reformas. Vivemos um período de um ambiente muito reformista no Brasil que cruzou governos. Acho que vai continuar no governo Lula”, acrescentou.
Esteves também alertou sobre os gastos públicos e o ônus que podem causar para as próximas gerações. O país não gasta necessariamente pouco, mas precisa gastar melhor, afirmou.
“O discurso para gastar mais é o mesmo da Argentina. As lideranças políticas da Argentina fizeram isso nos últimos 30 anos e foi parar numa inflação de 100%. A inflação é o imposto mais pernóstico que existe, afeta ricos e pobres”, completou.
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