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Carro mais barato: programa deve durar um mês, analisa entidade do setor
Simulações feitas pela Anfavea, a entidade que representa as montadoras, indicam que o crédito tributário autorizado pelo governo para reduzir os preços dos carros de passeio entre 1,6% e 11,6% deve durar em torno de um mês.
A estimativa do carro mais barato leva em conta um desconto médio entre R$ 4,5 mil e R$ 5 mil por automóvel, considerando os bônus que vão de R$ 2 mil a R$ 8 mil. Ontem, algumas montadoras já indicavam redução nos preços. A Renault anunciou desconto de R$ 10 mil para o Kwid zero, até aqui o carro mais barato do País – o carro pode ser comprado por R$ 58.990. A montadora informou que está concedendo um incentivo adicional de R$ 2 mil, além do desconto de R$ 8 mil anunciado pelo governo federal.
A Volkswagen também já ajustou os preços. Já a Fiat está com a campanha de marketing “Prepare-se para comprar seu Fiat 0 km com incentivo do governo!” em seu site. Os preços dos seus carros, como o Argo e o Mobi, foram retirados do ar. No lugar, um aviso: “Em breve, oferta com preços reduzidos”.
Na Hyundai, o Novo HB20 Sense 1.0 passou a ser anunciado por R$ 74.290, ante R$ 82.290 antes do anúncio do governo.
Entenda o prazo estimado pela Anfavea
O cálculo considera os R$ 500 milhões liberados em crédito pelo governo federal para o segmento (o pacote todo chega a R$ 1,5 bilhão, com a inclusão também de ônibus e caminhões). O valor, estimou a entidade, patrocinará a redução de preços de 100 mil a 110 mil carros de passeio.
O volume é praticamente o total de veículos enquadrados na medida que já estão nos estoques de montadoras e concessionárias. No mês passado, as fábricas elevaram os estoques em 45,6 mil unidades, para 251,7 mil veículos – maior quantidade em três anos -, para atender o aguardado aquecimento do mercado a partir dos descontos patrocinados pelo governo.
Algumas montadoras alugaram pátios para guardar carros. Do estoque total, 115 mil veículos (45%) se enquadram nas regras fixadas na medida provisória de incentivo à indústria automotiva.
O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, disse que os R$ 500 milhões em recursos colocados pelo governo para os carros provavelmente não serão suficientes para todo o prazo do programa: 120 dias.
Panorama do mercado automotivo
Dados divulgados na terça-feira (6) pela Anfavea mostram que, na contramão da paralisia das vendas provocada pela espera dos consumidores pelos descontos prometidos pelo governo, a produção de veículos subiu 10,7% no mês passado frente a maio de 2022.
No total, 227,9 mil veículos foram montados no País na soma dos carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus. Na comparação com abril, maio mostrou crescimento de 27,4% na produção, com a variação nesse caso impulsionada também pelos quatro dias úteis a mais do mês passado.
A produção desde o início do ano passou a mostrar crescimento de 6,2%, com 942,8 mil veículos montados de janeiro a maio. Além dos efeitos do crédito mais caro e restrito, combinados ao maior comprometimento de renda das famílias com dívidas, o comércio de automóveis sentiu em maio o adiamento da compra pelo consumidor, que aguardou o anúncio das medidas do governo para baratear os preços dos carros.
As vendas diárias, que estavam perto de 9 mil em abril, caíram para a média de 8 mil veículos. As vendas de maio, de 176,5 mil veículos na soma das categorias, ficaram 5,6% abaixo das registradas no mesmo mês do ano passado. Nos últimos sete anos, apenas em 2020, com a chegada da pandemia, maio mostrou número mais baixo. Frente a abril, a variação foi positiva: crescimento de 9,8%, em razão do calendário com mais dias de venda no mês passado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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