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Após ata do Copom, Itaú projeta taxa Selic a 13,75% ao ano
Em relatório divulgado nesta terça-feira (22), o Itaú Unibanco destacou que a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) apontou uma dinâmica inflacionária pior e juros mais altos nos próximos meses. Diante do agravamento das perspectivas, em razão principalmente da guerra entre Rússia e Ucrânia, o banco subiu a expectativa para a taxa Selic de 13% ao ano para 13,75% ao ano no final do atual ciclo de aperto monetário.
“A ata da reunião do Copom traz mais informações sobre o raciocínio do comitê, bem como os dilemas com os quais se depara. As autoridades sinalizam que seu plano de voo seria aumentar a Selic em mais 1 ponto percentual, na reunião de maio, e encerrar o ciclo em 12,75% ao ano. No entanto, o Copom reconhece que pode aumentar um pouco mais a taxa Selic, avançado ainda mais em território contracionista, caso o cenário prospectivo mostre mais deterioração”, anota o Itaú. “Graças ao aumento dos preços das matérias-primas em um ambiente de repasse permissivo, que torna mais intenso o impacto da inflação do atacado para o varejo, provavelmente veremos uma piora adicional das expectativas de inflação”, prossegue o texto.
A instituição financeira indicou que divulgação do relatório de inflação do BC, previsto para a próxima quinta-feira (24), deve trazer mais informações sobre o pensamento do Copom. Mesmo antes dos novos dados, o banco elevou a sua projeção para os juros básicos da economia. “Para fazer frente a esses desdobramentos, esperamos agora que o Copom leve a taxa básica para 13,75% ao ano, em três parcelas (1 + 0,50 + 0,50). Anteriormente, enxergávamos uma Selic terminal em 13% ao ano (1 + 0,25)”, sinaliza o Itaú.
Ancoragem das expectativas
Também após a publicação da ata do último encontro do Copom, a Ativa Investimentos avalia que o patamar de Selic terminal de 12,75% é suficiente para o combate dos efeitos secundários do choque de commodities. Mas, como o próprio BC afirma que “irá perseverar em sua estratégia” até a consolidação da desinflação e da ancoragem das expectativas em torno das metas, “é prudente precificar ao menos mais uma elevação de 0,5 ponto percentual, a fim de restaurar a ancoragem e a credibilidade de suas atribuições”, escreve o economista-chefe da Ativa, Étore Sanchez, em nota.
A instituição financeira, assim, tem como projeção oficial de momento um juro básico de fim de ciclo de 13,25%, que seria alcançado no Copom de junho. O profissional de mercado observa, ainda, que as expectativas de inflação, “que geraram dúvidas no cenário alternativo de petróleo, tiveram suas premissas esclarecidas nessa ata”.
“E hoje, com o Brent cotado a US$ 115/barril, atribuem um viés ‘hawkish’ (agressivo) para o futuro da condução da política monetária”, alerta Sanchez.
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