Argentina: Inflação desacelera em junho, mas já é de 115,6% em 12 meses

Agora, no acumulado de 2023, os preços alcançam uma variação de 50,7%.

Pedestre caminha por rua na Argentina. Foto: Agustin Marcarian/Reuters
Pedestre caminha por rua na Argentina. Foto: Agustin Marcarian/Reuters

Pelo segundo mês consecutivo, o índice de preços ao consumidor da Argentina apontou para a desaceleração, o que necessariamente não chega a ser um bom sinal, já que o índice encerrou o mês de junho em alta de 6% – frente os 7,8% registrados em maio.

Agora, no acumulado de 2023, os preços alcançam uma variação de 50,7%. Em 12 meses, o índice oficial de inflação chegou a 115,6%.

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O resultado foi divulgado na tarde desta quinta-feira (13) pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Idec), órgão ligado ao governo local.

Inflação desacelera na Argentina, mas ainda é alta

O índice vem perdendo força desde que chegou no fundo do poço no mês abril, quando obteve variação recorde de 8,4% no mês. Na ocasião, a inflação argentina atraiu a atenção da imprensa mundial, colocando em xeque o projeto de sucessão de Alberto Fernandez, atual presidente da república.

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A Argentina sofre com a segunda maior taxa de inflação da América do Sul, atrás apenas da Venezuela, segundo dados do site Trading Economics, que monitora indicadores macroeconômicos globais.

Foto de uma nota de cem (100) pesos argentinos

Celulares e internet foram os vilões dos preços

Em junho, o segmento que mais contribuiu para a alta nos preços foi o de telecomunicações, que subiu 10,5%, turbinado pelos reajustes promovidos pelas operadoras de telefonia celular e provedores de internet.

A categoria de saúde ficou em segundo lugar (8,6%), impactada pelos reajustes dos medicamentos e as mensalidades dos convênios médicos. Logo em seguida, aparecem os gastos essenciais com energia elétrica, fornecimento de água e combustíveis fósseis, reajustados em 8,1% no mês.

Do ponto de vista geográfico, a região de Cuyo, formada pelas províncias de Mendoza, San Juan e San Luis, foi onde se verificou a menor inflação do país no mês, 5,3%. A maior variação foi vista na Patagônia (6,8%). A grande Buenos Aires registrou alta de 5,8%.

Acordo entra a Argentina e o FMI

Além da inflação sem controle, outro problema econômico grave do país é a falta de dólares para garantir as reservas do Banco Central Argentino.

Ainda nesta quinta-feira, o governo federal justificou a demora para firmar um acordo que flexibilize o processo de reestruturação da dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI). A porta-voz da presidência, Gabriela Cerruti, explicou que o governo busca um entendimento que não resulte em prejuízos ao crescimento econômico do país latino-americano.

Em entrevista coletiva, Cerruti informou que a equipe do Ministério da Economia segue em negociações e tenta convencer o Fundo das “características especiais” da região. Uma comitiva viajou a Washington para acelerar as conversas, mas houve progressos limitados. “(As discussões) vão demorar o que tiverem que demorar para que os interesses argentinos sejam preservados”, ressaltou.

O objetivo de Buenos Aires é conseguir mudanças no acordo que reestruturou uma dívida de cerca de US$ 45 bilhões contraída em 2018 na gestão do ex-presidente Mauricio Macri. Firmado no ano passado, o pacto prevê desembolsos periódicos de dólares condicionados a metas macroeconômicas, que incluem a redução do déficit fiscal.

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