Arrecadação federal soma R$ 186,522 bilhões e bate recorde para fevereiro

Resultado superou expectativas e representa uma alta real de 12,27% na comparação com o mesmo mês de 2023

A taxação de super-ricos tem turbinado a arrecadação do governo. Foto: Getty Images
A taxação de super-ricos tem turbinado a arrecadação do governo. Foto: Getty Images

A arrecadação de impostos e contribuições federais somou R$ 186,522 bilhões em fevereiro de 2024, uma alta real (descontada a inflação) de 12,27% na comparação com o resultado de fevereiro de 2023, quando o recolhimento de tributos somou R$ 158,995 bilhões.

Em relação a janeiro, a arrecadação recuou 34,08%, em termos reais. De acordo com a Receita, esse é um recorde para o mês de fevereiro, em termos reais desde a série histórica, iniciada em 1995.

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O resultado das receitas veio um pouco acima da mediana de R$ 184,365 bilhões das expectativas das instituições do mercado financeiro da pesquisa feita pelo Projeções Broadcast.

O intervalo das estimativas ia de R$ 166,394 bilhões a R$ 188,500 bilhões.

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Fatores positivos

O Fisco deu destaque ao crescimento da arrecadação do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) Capital em decorrência da taxação de fundos offshores; à melhora no desempenho da arrecadação do PIS/Cofins pela retomada da tributação sobre combustíveis.

Adicionalmente, ao desempenho da arrecadação do Imposto sobre a renda das pessoas jurídicas (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), com ressalto ao comportamento das entidades financeiras.

Acumulado em 2024

Nos dois primeiros meses de 2024, a arrecadação federal somou R$ 467,158 bilhões. Segundo a Receita, esse é o melhor resultado para o primeiro bimestre do ano, em termos reais, na série histórica iniciada em 1995.

O montante representa um aumento real de 8,82% na comparação com os dois primeiros meses de 2023.

Desonerações em queda

As desonerações concedidas pelo governo resultaram em uma renúncia fiscal total de R$ 10,184 bilhões em fevereiro de 2024, valor menor do que o registrado no mesmo mês de 2023, quando ficaram em R$ 12,683 bilhões, em termos nominais.

No acumulado de 2024, as desonerações totalizaram R$ 21,211 bilhões, volume inferior ao registrado no mesmo período do ano passado (R$ 25,033 bilhões, em termos nominais).

O resultado reflete a retomada da tributação sobre combustíveis, feita ao longo de 2023. Em janeiro, o governo retomou a cobrança integral do PIS/Cofins sobre o diesel, que havia sido zerado em 2021, com retomada parcial em setembro de 2023.

Já a desoneração da folha de pagamento resultou em uma renúncia de R$ 1,858 bilhão em fevereiro e de R$ 2,559 bilhões no acumulado do ano. No mesmo mês de 2023, essa renúncia foi de R$ 965 milhões e chegou a R$ 1,598 bilhão no acumulado do ano, em termos nominais.

Dedo do governo

Esse é um tema sensível ao governo, que vetou integralmente a prorrogação da política de desoneração da folha de pagamentos de 17 setores econômicos, e apresentou uma medida provisória com uma proposta de reoneração gradual.

Sem a concordância do Congresso com o texto, o governo aceitou enviar um projeto de lei com urgência constitucional para tentar negociar uma alternativa.

Adotada desde 2011, a desoneração da folha de pagamentos é um benefício fiscal que substitui a contribuição previdenciária patronal de 20% incidente sobre a folha de salários por alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta, a depender do setor produtivo.

Na prática, a medida reduz a carga tributária da contribuição previdenciária devida pelas empresas.

Com informações do Estadão Conteúdo

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