Ata do Copom: Projeções de inflação apresentaram leve aumento nos horizontes mais longos

O comitê manteve os juros básicos em 13,75% ao ano pela segunda reunião seguida

Sede do BC: uma de suas funções é ser o “banco dos bancos" - Foto: Raphael Ribeiro/BCB
Sede do BC: uma de suas funções é ser o “banco dos bancos" - Foto: Raphael Ribeiro/BCB

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central informa, em ata de sua última reunião, divulgada nesta terça-feira, que suas projeções de inflação de longo prazo subiram devido à revisão de alta para a variação de preços livres no curto prazo e na projeção de preços administrados.

“As projeções de inflação apresentaram leve aumento nos horizontes mais longos, refletindo revisões altistas para a inflação de preços livres no curto prazo e pequena elevação na projeção de preços administrados”, diz a ata.

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Na semana passada, o Copom manteve os juros básicos em 13,75% ao ano pela segunda reunião seguida. Em seu comunicado, a autoridade monetária reviu de 4,6% para 4,8% sua projeção para a inflação de 2023 e de 2,8% para 2,9% a sua projeção para 2024.

Apesar da alta, o colegiado diz que “as projeções se mantêm em valores compatíveis com a estratégia de atingir o redor da meta ao longo do horizonte relevante”.

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O colegiado também nota que as expectativas de inflação da pesquisa Focus apresentaram queda mais acentuada em horizontes mais curtos, mas se mantêm relativamente estáveis para horizontes mais longos. “Os riscos seguem elevados, requerendo acompanhamento contínuo e serenidade em sua avaliação”, diz o Copom.

Impacto na atividade

Na ata, o Copom apontou também os impactos da política monetária nos dados de crédito e atividade econômica. Segundo o comitê, esses efeitos já são “perceptíveis”.

“Nota-se um impacto nos dados recentes referentes tanto à composição das concessões de crédito para as famílias quanto ao aumento moderado da inadimplência, em parte associados a uma dinâmica na renda real disponível que sugere retração”, ressaltou o documento divulgada nesta terça-feira.

Segundo o texto, a dessazonalização das séries, especialmente as mais curtas, é desafio adicional para a “adequada avaliação da dinâmica da atividade na margem”, em função do período da pandemia. “Exercícios mostram elevada sensibilidade do sinal e da magnitude dos resultados dessazonalizados a pequenas variações nas amostras e métodos utilizados”, pontuou o Copom.

Além disso, o comitê ressaltou que os dados de atividade, que contribuem para a avaliação do grau de ociosidade, indicam um ritmo de crescimento mais moderado na margem.

“Por um lado, o ímpeto da reabertura da economia no setor de serviços e os estímulos fiscais ainda impulsionam o crescimento do consumo, embora esses impulsos devam arrefecer. Por outro, o impacto da política monetária e suas defasagens aponta para uma redução do ritmo da atividade econômica, que tende a se acentuar nos próximos trimestres”, destacou.

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