Ativos brasileiros ainda têm ‘muito prêmio’, diz Ibiuna

Ativos brasileiros ainda têm 'muito prêmio', que pode aumentar ou diminuir, a depender da credibilidade da política fiscal do governo que vencer as eleições

J.P. Morgan projeta Ibovespa com 130 mil pontos ao fim de 2023. (Foto: Divulgação/B3)

Os ativos brasileiros ainda têm “muito prêmio”, que pode aumentar ou diminuir, a depender da credibilidade da política fiscal do governo que vencer as eleições neste ano. É o que aponta Mario Torós, ex-diretor do Banco Central e co-CIO da Ibiuna Investimentos. “A taxa de câmbio real no Brasil ainda está acima do que seria a média histórica, a despeito do diferencial de juros tão alto, o que mostra que há, sim, incertezas no preço.”

Ao participar do Bloomberg Capital Markets Forum, em São Paulo, Torós apontou que, em caso de uma vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa pelo Planalto, o fator preponderante tende a ser a definição de medidas mais concretas na área econômica.

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“Ele tem dito ‘eu já fiz e vou fazer de novo’, mas não diz como. E hoje o contexto é diferente”, afirmou Torós. “Quando acabar a eleição, é preciso definir não só nomes, mas também políticas. Isso tem de acontecer principalmente nos próximos dois meses”, disse. “Nesse tempo, dá para ver a capacidade de a política fiscal ser crível ou não.”

Torós apontou, ainda, que um nome que agrade o mercado no comando da Economia, como o ex-ministro Henrique Meirelles, por si só, não seria suficiente para guiar os preços. “Pessoas podem ter um impacto de curto prazo, mas o que vale depois é o que elas conseguem realizar. Um exemplo disso é o Joaquim Levy como ministro da Dilma Rousseff. Ele foi incapaz de entregar a política que propunha”, observou.

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De acordo com o ex-diretor do BC, a Ibiuna, neste momento, começa a montar posições “doadas” em juros em alguns países. “ Brasil e outros da América Latinha parecem oferecer oportunidades”, disse o profissional. Já em relação a países desenvolvidos, a gestora mantém posições “tomadas” em juros, ou seja, que apostam na alta das taxas em curvas como as do Reino Unido, Suíça, Estados Unidos e parte da curva da Europa.

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