Lucro do sistema financeiro foi de R$ 138 bilhões em 12 meses até junho de 2022

Relatório do Banco Central aponta ainda alta na rentabilidade dos bancos de 5% em relação a 2021, com estabilidade em níveis pré-pandemia

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

O lucro líquido do sistema financeiro nacional cresceu 20% no período de 12 meses até junho de 2022, somando R$ 138 bilhões, segundo Relatório de Estabilidade Financeira (REF) divulgado pelo Banco Central (BC) nesta quinta-feira. A comparação é com o mesmo período do ano passado.

Em relação a 2021 como um todo, a alta na rentabilidade dos bancos foi de 5%. “A rentabilidade do sistema deve se manter resiliente, mas o cenário econômico marcado por condições financeiras restritivas e inflação elevada exige atenção por parte das instituições. Eventual piora da atividade econômica e deterioração da qualidade do crédito podem afetar os resultados dos bancos à frente”, disse o documento.

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Segundo o BC, a rentabilidade do sistema se estabilizou próximo dos níveis pré-pandemia de covid-19. “As despesas com provisões aumentaram em função do crescimento do crédito (sobretudo nos perfis de maior risco) e dos APs [ativos problemáticos]”, apontou a autoridade monetária.

A margem de juros, de acordo com o relatório, foi pressionada pelo aumento do custo de captação, mas tende a se beneficiar da renovação gradual da carteira de crédito a taxas mais altas e da margem de tesouraria. “O ritmo de crescimento das receitas de serviços reduziu-se, e as despesas administrativas seguem sob controle, apesar das pressões inflacionárias”, ressaltou.

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O retorno sobre patrimônio líquido (ROE) das instituições financeiras foi de 15% no mesmo período, estável em relação ao nível observado no fim de 2021.

Riscos fiscais “relevantes”

O Banco Central (BC) afirmou ainda que diversas análises de risco e testes de estresse continuam “demonstrando a resiliência da base de capital e da liquidez do sistema bancário” e que não há risco relevante para a estabilidade financeira.

“Mesmo em simulações com cenários macroeconômicos mais adversos, não haveria ocorrência de desenquadramentos [prudenciais] relevantes. Testes realizados pelas maiores IFs [instituições financeiras] corroboram a resiliência”, disse o BC.

“As análises de sensibilidade também indicam boa resistência aos fatores de risco, simulados isoladamente. O teste de estresse de liquidez indica quantidade confortável de ativos líquidos em caso de saídas de caixa em condições adversas ou choque nos parâmetros de mercado”, completou.

Porém, a autoridade monetária pontuou que há riscos fiscais “relevantes” que refletem “preocupações com as medidas recentes e as incertezas relacionadas ao próximo mandato presidencial”, disse o texto.

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