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Banco central dos EUA: expectativa é de aumento de 0,5 ponto nos juros, na reunião desta quarta
A decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed) desta quarta-feira deve dar início a uma fase ainda mais severa do atual ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos, com elevações de 0,5 ponto percentual nas taxas de juros, um ritmo não adotado desde os anos 2000. O banco central americano deve indicar, ainda, como e quando iniciará o enxugamento de seu balanço patrimonial de US$ 9 trilhões.
A postura dura que tem sido adotada pelo Fed e a inflação em níveis muito elevados têm feito agentes do mercado projetarem os juros americanos em 3,5% ou até mesmo 4% ao ano no fim do ciclo, num cenário que deve ser calibrado a depender do tom que o presidente do banco central, Jerome Powell, adotar na entrevista à imprensa após o anúncio da decisão.
Depois de ter aumentado as taxas de juros de referência em 0,25 ponto percentual no encontro de março, para o intervalo entre 0,25% e 0,5%, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve deve agora acelerar o ritmo do processo, avaliam as principais instituições financeiras. Essa projeção ganhou força sobretudo quando Powell disse, há duas semanas, ser “adequado” acelerar a alta nos juros. Diante disso, a perspectiva é que, após o encontro de hoje, novos aumentos de 0,5 ponto ou mais venham a ocorrer ao longo do ano. Confira visão do mercado.
Bank of America (BofA)
Powell não irá sinalizar uma alta de 0,75 ponto no encontro de junho, mas deverá deixar a porta aberta e mostrar que essa é, sim, uma possibilidade. “Uma resposta sem se comprometer com uma alta de 0,75 ponto percentual nos juros em junho seria algo marginalmente desapontador para a atual precificação ‘hawkish’ [inclinada ao aperto monetário] da da ponta curta da curva de juros”, afirma o banco em relatório.
Goldman Sachs
O banco diz achar “improvável que o ritmo de aperto acelere depois de maio, mas não é implausível sob certas circunstâncias – por exemplo, se a inflação acelerar ou se as expectativas de inflação de longo prazo aumentarem significativamente”.
Deutsche Bank
Banco diz que uma vez que a maioria dos integrantes do comitê não apoia esse movimento, Powell não deve sinalizar algo nesse sentido no encontro desta quarta. “Em nossa opinião, um movimento de [alta de] 0,75 ponto percentual provavelmente só será seriamente considerado se a inflação não estiver moderada no fim deste ano e as expectativas de inflação começam a se desprender.”
Escalada dos juros nos EUA deve ficar mais intensa
O Departamento do Comércio dos Estados Unidos divulgou, na semana passada, a primeira leitura do PIB americano no primeiro trimestre. Segundo os dados, a economia sofreu uma contração, em base anualizada, de 1,4% no período, na comparação com os últimos três meses de 2021.
Ainda que não ocorra um aceno a uma alta de 0,75 ponto, o ritmo a partir de agora deve ficar mais intenso. Isso porque o cenário-base de diversos bancos contempla elevações adicionais de 0,5 ponto nas próximas reuniões do Fomc. Ainda segundo o holandês ING e o alemão Deutsche Bank, as reuniões de junho e de julho devem ter altas de 0,5 ponto. Já para o banco de investimentos Jefferies, a marcha de 0,5 ponto só deve ser trocada e aliviada após a reunião de setembro.
Os economistas do Jefferies, inclusive, defendem um cenário muito agressivo para os juros americanos neste ciclo. Considerando que o mercado de trabalho deve manter a inflação em torno de 3,5%, o banco diz acreditar que o Fed terá de subir os juros acima do nível neutro. “Esperamos agora que os Fed funds atinjam um pico de 4%, o que provavelmente o que provavelmente será alcançado no terceiro trimestre de 2023.”
Com agências.
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