Banco Central vê projeção do mercado para o PIB no ano chegar próximo de 2%
Economistas se surpreenderam com os dados da economia e abriram espaço para uma visão mais positiva da atividade para 2022
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sinalizou em reunião no Palácio do Planalto que os analistas do mercado financeiro caminham para rever suas previsões de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no ano para um patamar em torno de 2%.
O “termômetro” do PIB repassado ao presidente Jair Bolsonaro foi captado pelo BC em reuniões que o comando do banco tem com representantes do mercado financeiro.
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A conversa ocorreu, na semana passada, nos bastidores da cerimônia em que Bolsonaro anunciou novas medidas do programa Crédito Brasil Empreendedor, segundo apurou o Estadão com fontes que participaram da reunião.
Hoje, às 14h, Campos Neto, fala, em audiência pública na Câmara, sobre os rumos da inflação e dos juros.
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Otimismo com PIB não chega até o 2º semestre
Economistas se surpreenderam com os dados da economia brasileira, sobretudo, em março, elevaram suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre deste ano e abriram espaço para uma visão mais positiva da atividade tanto nos três meses seguintes quanto em 2022. O ano, no entanto, deve ter duas configurações opostas, com um desempenho mais forte da economia no primeiro semestre e uma provável recessão técnica (dois trimestres seguidos de queda do PIB na margem) na segunda metade.
O PIB deve ter crescido 1% no primeiro trimestre de 2022, ante o quarto trimestre de 2021, feito o ajuste sazonal, de acordo com a mediana das projeções de 82 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor. Quase metade dos respondentes aposta em altas até maiores, com a máxima chegando a 2,6%, para uma mínima de 0,1%. Apenas duas casas esperam queda na margem. Na comparação com o mesmo período de 2021, a mediana das projeções de 76 instituições indica alta de 1,7% de janeiro a março deste ano.
As previsões para o PIB em 2022 andaram bastante e em pouco tempo. Desde a última coleta do Valor, com 72 casas e publicada em 12 de maio, a mediana passou de 0,8% para 1,4% agora, com 96 estimativas. As projeções variam de zero a 2%. A pesquisa Focus, do Banco Central, que serve de bússola para o mercado e a autoridade monetária, costuma ter entre 80 e 100 respondentes, mas não é publicada desde 29 de abril por causa da greve de servidores.