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Banco da Inglaterra faz o maior aumento da taxa de juros desde 1995 para combater disparada da inflação
O Banco da Inglaterra elevou sua principal taxa de juros em meio ponto percentual nesta quinta-feira, o maior passo em mais de um quarto de século, já que o banco central segue o Federal Reserve (Fed, banco central do EUA) ao dar prioridade à luta contra a inflação sobre o risco de prejudicar o crescimento econômico.
Em comunicado, o banco inglês elevou sua taxa básica de 1,25% para 1,75%. Isso significa que o banco aumentou os custos de empréstimos em seis reuniões consecutivas de seu comitê de política monetária, sua mais longa sequência desde o final dos anos 1990.
Oito funcionários do banco votaram a favor do aumento das taxas maior do que o normal, enquanto um votou para aumentar as taxas em um ponto percentual mais modesto de 0,25.
O aumento de quinta-feira foi o maior desde 1995 e o primeiro aumento de meio ponto desde que o banco obteve a independência em 1997.
E você com isso?
No Brasil, o BC vem sinalizando a intenção de parar a alta de juros e ainda não conseguiu. Gestores de investimentos e analistas de mercado afirmam, com base em estudos de cenários, que estamos próximos do fim do ciclo de alta de juros.
Parece que os riscos estão se equilibrando, dizem. “Por mais que a inflação global esteja alta, o mercado tem olhado mais para a desaceleração das economias. E, se antes o Copom estava sozinho, agora há outros bancos centrais agindo para que os preços cedam”, disse mais cedo ao Valor Econômico o economista-chefe da Trafalgar Investimentos, Guilherme Loureiro.
A decisão do Banco da Inglaterra de elevar os juros tem a ver com isso: agir para que os preços cedam. Se for bem sucedido, os ingleses devem ver os juros baixarem em breve. O mesmo por aqui. A inflação cedendo, o BC deve interromper o ciclo de alta dos juros. Quando isso vai acontecer?
O comunicado da decisão do Copom do BC de ontem, que elevou a taxa Selic para 13,75%, reforçou a perspectiva dos participantes do mercado de que o ciclo de aperto chegou ao fim ou está muito próximo dele.
No entanto, em meio ao cenário ainda desafiador para a inflação corrente e prospectiva, a indicação de que o BC deve avaliar a necessidade de um ajuste residual na próxima reunião, em setembro, manteve as projeções de parcela dos investidores de que a taxa de juros será elevada para 14%.
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