Bancos centrais deveriam ajudar famílias ao invés de subir juros, diz presidente do Banco Mundial
David Malpass, disse que o ímpeto da economia global está diminuindo e mais países já estão entrando em recessão
O cenário internacional em que quase todos os países estão aumentando suas taxas básicas de juros para lidar com a inflação pode acarretar uma recessão global, alerta o Banco Mundial em relatório divulgado nesta quinta-feira (15).
Segundo a entidade, se os governos nacionais continuarem neste ritmo de alta de juros, o mundo pode sofrer uma recessão “devastadora” e pediu às autoridades monetárias das grandes economias que coordenem suas ações para reduzir o risco de crise em escala global.
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Os preços da energia e dos alimentos subiram após a invasão da Ucrânia no final de fevereiro, provocando uma crise no custo de vida.
A alta fez com que os bancos centrais do mundo começassem a aumentar suas taxas de juros para controlar a inflação, liderados pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), que nos últimos meses promoveu uma série de aumentos agressivos das taxas
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Ajuda no lugar de juros
O Banco Mundial questiona as ferramentas usadas pelos bancos centrais para conter a inflação e diz que a melhor maneira de mitigar os efeitos negativos na economia seria fornecendo uma ajuda direcionada às famílias vulneráveis, ao invés de promover uma política monetária mais rígida.
O presidente do Banco Mundial, David Malpass, disse que o ímpeto da economia global está diminuindo e mais países já estão entrando em recessão e ressalta que os impactos serão mais sentidos em países em desenvolvimento.
Apesar do receio de uma possível recessão global, o Banco Mundial não divulgou novas previsões para a economia global, mas disse que as perspectivas para 2023 estavam caindo, já que países pobres e ricos estão limitando seus gastos para conter a inflação.
“Os bancos centrais de todo o mundo aumentaram as taxas de juros este ano com um grau de sincronicidade não visto nas últimas cinco décadas – uma tendência que provavelmente continuará no próximo ano”, disse o Banco Mundial em relatório.