O Banco de la República (Banrep, o banco central da Colômbia) manteve a taxa de juros de referência do país inalterada em 9,50%, fazendo uma pausa no ciclo de afrouxamento monetário iniciado em dezembro de 2023, e após um corte de 0,25 ponto percentual na última reunião, em dezembro.
A decisão foi aprovada por cinco votos, enquanto um membro da junta diretiva do Banrep votou por um corte de 0,25 ponto percentual e outro integrante votou pelo corte de 0,50 ponto. A decisão surpreendeu o mercado, que projetava uma nova redução na taxa de juros colombiana.
Segundo o comunicado, lido em coletiva de imprensa pelo presidente do Banrep, Leonardo Villar Gómez, a junta diretiva levou em conta que a inflação anual de dezembro ficou 5,2%, mesma taxa de novembro, com redução nos preços de serviços.
“A taxa de inflação anual desacelerou de maneira sustentável desde março de 2023 e deve continuar convergindo para a meta de 3%”, aponta o comunicado. Segundo o Banrep, esse processo é associado a uma maior alta anual do índice de preços ao produtor, aumento do salário mínimo e uma recuperação recente nas expectativas de inflação, em um contexto de incertezas na frente fiscal e uma taxa de câmbio volátil.
“As condições financeiras externas tendem a se tornar mais restritivas ante as políticas do novo governo dos Estados Unidos em matéria de comércio, política energética e imigração, que podem ter efeitos inflacionários”, diz o documento
Villar afirmou, ainda, que as taxas de juros de longo prazo nos mercados globais mostraram aumentos persistentes, e que o dólar tem se fortalecido. “Informações recebidas nos próximos meses nos permitirão contar com mais elementos sobre a magnitude e velocidade em baixar taxas de juros.”
O presidente do BC colombiano reiterou que a junta mantém o compromisso de convergência de inflação para a meta. “A política monetária está em uma postura restritiva e no futuro esperamos taxas de juros mais baixas com a inflação retornando a meta”, afirmou Villar, em coletiva.
No entanto, “há elementos novos e surpresas, cujo impacto não foi identificado e queremos identificar melhor antes de seguir com o processo que esperamos que seja de baixa de forma consistente”, afirmou. “Vamos esperar ter mais informações para ter um diagnóstico mais completo, diante de elementos de incerteza.”
*Com informações do Valor Econômico
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