BC inclui pergunta sobre gastos fora do teto em questionário pré-Copom
Em seu questionário pré-reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central (BC) perguntou a analistas de mercado se, além das exceções constitucionais já previstas, as projeções de despesas do governo central incorporam novos valores acima do máximo definido pelo atual teto de gastos.
“Além das exceções constitucionais já previstas, sua projeção de despesa do governo central incorpora algum valor acima do definido pelo atual teto de gastos para 2023 e 2024? Se sim, qual esse montante para 2023 e 2024?”, questiona o BC.
Na prática, a autoridade monetária pergunta se os economistas das principais instituições financeiras e casas de análise já incluíram em suas expectativas os impactos fiscais da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, apresentada pelo governo eleito, que pretende excluir o Bolsa Família do teto de gastos.
O questionário foi enviado a analistas do mercado nesta quinta-feira. As respostas são analisadas antes da reunião do comitê sobre a taxa básica de juros (Selic) e servem como subsídio para a decisão.
O BC também incluiu uma pergunta sobre a taxa de juros neutra de curto, médio (2 anos) e longo (5 anos) prazos. A autoridade monetária pede, ainda, a estimativa para a taxa de crescimento Produto Interno Bruto (PIB) potencial dos mesmos períodos.
A autoridade monetária voltou a pedir projeções para o hiato do produto, para o balanço de pagamentos e para o crédito. No Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o BC incluiu o item “Educação” nas estimativas.
Em relação ao documento de outubro, foram retiradas as projeções para o mercado de trabalho e os riscos para a inflação em 2022 (mantendo para 2023 e 2024). O questionário pede também os impactos de medias tributárias do governo somente para 2023, excluindo este ano.
O Copom se reúne em 6 e 7 de dezembro. Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano.
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