BC: Redução das reservas internacionais decorre de aperto monetário nos EUA

Montante atingiu em setembro o menor patamar desde março de 2011

Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú:  o comportamento dos mercados parece refletir a incerteza sobre qual será a futura regra fiscal. Imagem: Getty Images
Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú: o comportamento dos mercados parece refletir a incerteza sobre qual será a futura regra fiscal. Imagem: Getty Images

O chefe do departamento de estatísticas do Banco Central (BC), Fernando Rocha, afirmou nesta segunda-feira que a queda recente das reservas internacionais brasileiras decorre da política monetária dos Estados Unidos, que reduz o preço dos títulos e valoriza o dólar em relação a outras moedas.

O volume de US$ 327,6 bilhões em setembro representa redução de US$ 12,1 bilhões em relação ao mês anterior. “Além das intervenções do BC, podemos ter variação [nas reservas] por preço e por paridade, onde se concentram os maiores valores [para efeito de redução]”, explicou Rocha.

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Este é o menor patamar desde março de 2011, quando o país ainda estava em processo de compra de reservas internacionais. O montante chegou a US$ 388,092 bilhões em junho de 2019, maior valor da série histórica calculada desde 1970.

Segundo ele, ao longo do ano o BC vendeu US$ 2 bilhões em termos líquidos. “O estoque de reservas fica investido no exterior, em títulos dos Estados Unidos, da zona do euro, em ienes [Japão], ouro e outros. Quando a gente trata de variação por paridade, a gente informa a carteira em dólares. Quando o dólar aumenta, a gente tem uma perda por paridade. É por isso que essa rubrica na maioria dos meses tem valor negativo. Se somar de janeiro a setembro, temos uma redução de redução de US$ 10,7 bilhões por este motivo”, detalhou.

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Além disso, o técnico do BC ressaltou que o dólar está em trajetória de crescimento porque o ritmo de alta de juros nos Estados Unidos está mais rápido.

“A comunicação recente do Fed [Federal Reserve, o BC americano] disse que vai aumentar mais do que o mercado esperava”, destacou.

“O aumento de juros nos Estados Unidos leva a outro efeito, de redução no valor dos títulos. Por isso vemos valores negativos. Entre janeiro e setembro, são US$ 24 bilhões [de variação negativa]. A perda do valor das reservas decorre da política monetária nos EUA que reduz o preço dos papéis e valoriza o dólar em relação a outras moedas”, disse.

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