O Banco Central Europeu elevou os custos de empréstimos para o nível mais alto em 22 anos nesta quinta-feira e deixou a porta aberta para mais aumentos, ampliando sua luta contra a inflação elevada mesmo quando a economia da zona do euro enfraquece.
O BCE elevou sua principal taxa de juros – aquela que os bancos pagam para deixar dinheiro com segurança no banco central – pela oitava vez consecutiva, em 25 pontos-base, para 3,5%, o nível mais alto desde 2001.
“As taxas de juros serão levadas para níveis suficientemente restritivos para alcançar o retorno da inflação à meta de 2% no médio prazo, e elas serão mantidas nesses níveis pelo tempo que for necessário”, disse a presidente do BCE, Christine Lagarde, em entrevista à imprensa após a decisão.
O banco central dos 20 países que compartilham o euro também disse que projeta que a inflação ficará acima de sua meta de 2% até 2025 e sugeriu de novo mais altas nos próximos meses.
Com a decisão, a taxa de refinanciamento do BCE passará de 3,75% a 4%, a de depósitos, de 3,25% a 3,50%, e a de empréstimos, de 4% a 4,25%. O ajuste veio em linha com a expectativa de analistas.
Segundo o BCE, a inflação na zona do euro tem desacelerado, mas deverá continuar “muito alta por muito tempo”.
“Futuras decisões vão garantir que as taxas de juros sejam levadas a níveis suficientemente restritivos para garantir o retorno oportuno da inflação à meta de médio prazo de 2%”, disse o BCE em comunicado.
O Banco Central Europeu disse ainda que vai continuar dependendo de dados futuros para definir o nível dos juros e por quanto tempo durará sua postura restritiva.