Entre beneficiários do Auxílio Brasil, 60% vão usar benefício para pagar dívidas

Somente 3% dos beneficiários do Auxílio Brasil confessaram não ter dívidas em aberto, segundo pesquisa

Aplicativo do Auxílio Brasil (Imagem: Leonardo Sá/Agência Senado)
Aplicativo do Auxílio Brasil (Imagem: Leonardo Sá/Agência Senado)

De acordo com a pesquisa “Raio-X dos Brasileiros em Situação de Inadimplência”, feita pelo Instituto Locomotiva e pela MFM Tecnologia, 6 em cada 10 pessoas que recebem o Auxílio Brasil pretendem usar o benefício para quitar dívidas, enquanto 37% planejam usar o recurso para outros objetivos.

Entre os beneficiários do programa, somente 3% disseram não ter nenhuma dívida em aberto. A pesquisa ouviu 1.020 pessoas no total entre 19 e 28 de setembro.

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Para o diretor de Inovação e Marketing da MFM Tecnologia, Luiz Sakuda, todas as políticas públicas, não só o Auxílio Brasil ou Bolsa Família, devem servir como apoio de alguma forma para as pessoas em situação de inadimplência.

“Com a reestruturação de políticas públicas e sinergias entre políticas federais, estaduais e municipais, acredito que vamos ver avanços em um prazo relativamente curto. Sou otimista nesse sentido”, disse Sakuda, acreditando que pode haver alguma melhora no cenário de inadimplência.

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Contudo, no universo geral da pesquisa, os dados apontam um cenário preocupante, já que 32% afirmam estar inadimplentes atualmente, sendo que 42% contraíram a dívida no último ano e 45% entre dois e cinco anos.

Entre os brasileiros com contas em atraso, 9% declaram ter certeza de que não serão capazes de pagar as dívidas, ante um percentual de 2% no ano passado. Os mais inadimplentes também declararam que acham que não conseguirão quitar os débitos, com o índice passando de 3% para 8%.

Consignado do Auxílio Brasil

Aprovado durante o período pré-eleitoral, o crédito consignado do Auxílio Brasil, instituído principalmente pela Caixa Econômica Federal, foi alvo de denúncia da Procuradoria-Geral da República. Segundo o PGR, Augusto Aras, o empréstimo do benefício torna um grupo de alta vulnerabilidade econômica ainda mais fragilizado, por comprometer parte de sua renda mensal.

A medida é tida como inconstitucional, pois leva famílias brasileiras ao “superendividamento” — uma bola de neve.

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