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Governo tenta controlar ‘explosão’ das bets e vai exigir dados de endividamento dos clientes
O governo federal vai começara a exigir que as plataformas de apostas esportivas, as bets, repassem informações de endividamento dos clientes. Foi o que indicou nesta quarta-feira (25) o ministro interino da Fazenda Dário Durigan.
“Faz parte da regulação proposta pelo governo a obrigação de compartilhamento de informação de controle de endividamento por CPF”, disse Durigan, durante evento do Mercado Livre em São Paulo.
“Vai ter obrigação das empresas de monitorarem e informarem”, também afirmou Durigan, que é secretário-executivo do ministério.
Ele ocupa interinamente a chefia da pasta, dado que o ministro Fernando Haddad está em Nova York.
O crescimento acelerado das bets no Brasil vêm alarmando governos e empresas devido ao temor dos impactos econômicos e de saúde pública.
Na segunda-feira (23), o Banco Central informou que cinco milhões de beneficiários do Bolsa Família destinaram R$ 3 bilhões às bets apenas em agosto.
Além disso, os setores ligados ao consumo vêm relatando queda nas vendas por causa do redirecionamento de parte do orçamento das famílias para apostas.
Investigações e prisões
Simultaneamente, revelou Durigan, o governo está compartilhando dados com órgãos de investigação sobre plataformas de apostas esportivas.
Nas últimas semanas, o setor entrou no noticiário policial com a Operação Integration, que investiga denúncias de lavagem de dinheiro entre outros crimes.
Consequentemente, as investigações levaram à prisão da empresária Deolane Bezerra, depois libertada, e da emissão de uma ordem de prisão preventiva contra o cantor Gusttavo Lima, revogada na véspera.
Bets têm crescimento acelerado
Pelas estimativas do setor, as plataformas de apostas devem movimentar mais de R$ 150 bilhões neste ano. Nesse sentido, o governo editou um regulação para o setor, o que entra em vigor a partir de 1º de janeiro de 2015.
A regulação prevê, entre outros fatores, a proibição do pagamento de apostas com cartão de crédito.
Assim, as regras alcançarão todas as 113 casas de apostas virtuais que se cadastraram no Ministério da Fazenda.
Enquanto isso, o governo começará em outubro a bloquear as plataformas que não se cadastraram, num esforço para combater crimes como lavagem de dinheiro, disse Durigan.
“Quem não pediu autorização será bloqueado”, afirmou ele.
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