Bill Ackman: ‘Quantas falências bancárias desnecessárias precisamos ver antes do governo americano acordar?’

O bilionário, fundador da Pershing Square, alerta que o sistema bancário regional dos EUA está em risco

Bill Ackman, um dos grandes nomes do mercado financeiro global. Foto: Mike Blake/Reuters
Bill Ackman, um dos grandes nomes do mercado financeiro global. Foto: Mike Blake/Reuters

O bilionário investidor americano Bill Ackman, fundador da gestora de fundos de hedge Pershing Square, afirmou que o sistema bancário regional os Estados Unidos está em risco e que a “confiança em um banco é construída ao longo de décadas e destruída em dia”.

Ackman fez na noite desta quarta-feira (3) uma longa postagem no Twitter sobre a crise bancária americana. “O sistema bancário regional está em risco. O fim de semana ruim dos depositantes do SVB (Silicon Valley Bank, que quebrou em março) acordou depositantes sem seguro em todos os lugares”, disse.

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“Estamos ficando sem tempo para corrigir esse problema. Quantas falências bancárias desnecessárias precisamos observar antes do FDIC (o garantidor de depósitos bancários americano), do Tesouro dos EUA e nosso governo acordarem? Precisamos agora de um regime de garantia de depósitos em todo o sistema”, afirma.

Segundo Ackman, “o fracasso do FDIC em atualizar e expandir seu regime de seguro martelou mais pregos no caixão”. Ele ressaltou que o First Republic Bank (comprado pelo J.P Morgan no início da semana) “não teria quebrado se o FDIC garantisse depósitos temporariamente enquanto um novo regime de garantia fosse criado”. “Em vez disso, vemos os dominós caírem a um grande custo sistêmico e econômico.”

O investidor comentou também que banco é um jogo de confiança. “Nesse ritmo, nenhum banco regional pode sobreviver a más notícias ou dados ruins, pois com uma queda inevitável no preço das ações, depósitos segurados e não segurados são retirados e ‘buscar alternativas estratégicas’ significa um fechamento pelo FDIC no próximo fim de semana.”

De acordo com o bilionário, os bancos sistemicamente importantes globalmente têm uma vantagem competitiva injusta como “grande demais para falir”, “o que significa que apenas seus depositantes sem seguro podem dormir profundamente”.

“Até que o campo de jogo esteja nivelado, os bancos regionais estão em grave risco”, reitera. “À medida que cada dominó cai, o próximo banco mais fraco começa a oscilar. Até que os investidores sejam recompensados ​​por apostar em um banco vacilante, não haverá lance e a melhor venda é o último preço”, diz.

Ele ressalta que o rápido aumento das taxas de juros no país prejudicou os ativos e drenou os depósitos. “Zerar os acionistas e detentores de títulos aumentou enormemente o custo de capital dos bancos. Perdas imobiliárias comerciais avultam. Enquanto isso, alternativas de maior rendimento e mais fáceis de usar atraem a Apple”, comentou.

Recentemente, a fabricante do iPhone e o Goldman Sachs lançaram conta poupança com rendimento anual de 4,15%.

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