Bitcoin acelera perdas após inflação surpreender nos EUA

Dado negativo tende a levar o Fed a um aperto monetário mais forte e a uma possível recessão no país

Foto: Pixabay
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O bitcoin acelerou o ritmo de perdas junto com as principais criptomoedas na manhã desta quarta-feira após a divulgação de dados de inflação mais altos do que o esperado nos Estados Unidos, que tendem a levar o Federal Reserve (Fed) a um aperto monetário mais forte e a uma possível recessão nos EUA.

O bitcoin, que oscilava próximo da estabilidade no início da manhã, passou a cair com força, seguindo o comportamento dos demais ativos de risco e commodities, como o petróleo. A maior das criptomoedas em valor de mercado era negociada a US$ 19.063,09, com baixa de 4,2% nas últimas 24 horas, por volta das 10h35 (horário de Brasília), segundo o CoinGecko. Já o ether, moeda da rede ethereum, recuava 4,8%, cotado a US$ 1.021,05. Em reais, o bitcoin estava a R$ 104.042,59 (baixa de 2,13%) e o ether a R$ 5.590,25 (baixa de 3,15%), segundo o MB.

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Investidores do mercado cripto e de ações buscam informações sobre a evolução dos preços ao consumidor e da atividade econômica para entender os próximos passos do ajuste na política monetária pelo Federal Reserve e demais bancos centrais. O núcleo do CPI (Índice de Preços do Consumidor) avançou 0,7% em junho na comparação com maio, enquanto o consenso era de 0,5%. Já o índice CPI propriamente dito subiu 1,3% em junho ante maio e 9,1% na base anual – os consensos eram de 1,1% e 8,8%, respectivamente.

Em Wall Street, as bolsas abriram com forte baixa. O Nasdaq, referência em tecnologia, tinha perdas de 1,7% logo depois do início dos negócios. Já a bolsa de Nova York tinha perdas de 1,4% no S&P 500 e de 1,02% no Dow Jones.

Para Luiz Pedro Andrade, analista de criptoativos da Nord Research, no curto prazo o segmento continuará seguindo o que acontece no ambiente macroeconômico internacional, além dos desdobramentos da crise de liquidez de players importantes do setor como o fundo Three Arrows.

“O mercado responde muito a esses drives porque isso dita o comportamento dos juros e dos investidores de risco nos EUA e o mercado cripto é uma derivada disso, muito correlacionado às bolsas americanas”, disse.

Segundo André Franco, chefe de análise do MB, o bitcoin negocia abaixo de US$ 20 mil desde a segunda-feira já refletindo essa expectativa do pico de inflação ao consumidor nos EUA em junho. Antes da divulgação do dado de inflação, Franco já tinha advertido que as criptomoedas poderiam reagir com mais queda.

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